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120 anos depois, IA ajuda a recriar pintura escondida sob obra-prima de Picasso

(dr) Oxia Palus

A Inteligência Artificial (IA) ajudou a recriar uma obra de arte que esteve escondida sob uma pintura de Pablo Picasso durante quase 120 anos.

Uma misteriosa paisagem esconde-se debaixo da superfície visível de La Miséreuse Accroupie (“O mendigo agachado”) de Pablo Picasso, uma representação de uma mulher pobre, de acordo com o The Next Web.

Em 2018, uma equipa de investigadores usou um instrumento de imagem de fluorescência de raios-X para revelar uma imagem ténue da cena coberta.

Historiadores da arte suspeitam que seja uma pintura de um parque perto de Barcelona, feita por Santiago Rusiñol, um amigo de Picasso e líder do movimento modernista catalão. Os investigadores acreditam que o pintor espanhol traçou as colinas na paisagem para moldar os contornos das costas da mulher agachada.

Enquanto a imagem de raios-X revelou uma sombra escura da pintura, agora, a Inteligência Artificial (IA) foi usada para reconstruir a imagem em detalhes e cores.

A recriação foi feita pela Oxia Palus, um coletivo de arte que usa IA para descobrir obras-primas perdidas. A equipa usou uma combinação de imagens espectroscópicas, IA e impressão 3D para atualizar o traço visível da paisagem num método a que chamam “processo neomático”.

Em seguida, usaram um mapa de altura em 3D para pintar a tela em camadas, no estilo de Rusiñol. No processo, foi levada em conta a profundidade, espessura e comprimento aproximado das pinceladas que definem as obras do artista.

“À medida que usarmos mais IA para acelerar a identificação e reconstrução de arte perdida de importância crítica, teremos um impacto altamente significativo ao permitir uma melhor compreensão da história entrelaçada da arte e da sociedade”, disse George Cann, cofundador da Oxia Palus.

Oxia Palus está agora a vender 100 destas telas, com o inevitável acompanhamento de um NFT.

Não é claro o quão próxima a reinterpretação corresponde ao original de Rusiñol, mas a técnica pode ser uma ferramenta interessante para historiadores da arte.

Maria Campos, ZAP //

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