À primeira vista, ao assistir à curta-metragem de ficção científica Fraktaal, temos a impressão de que o seu criador se dedicou profundamente ao projecto. Nada mais errado.
A verdade é que o artista Julius Horsthuis precisou apenas de usar fractais e padrões matemáticos complexos num software 3D para conseguir a proeza.
A animação mostra detalhes complexos do que se parecem mundos alienígenas, cidades soberbas e maravilhosas paisagens de encher o olho, que nos fazem esquecer que estamos a assistir ao resultado do trabalho de um computador a debitar dados aleatórios com um algoritmo matemático.
“Fraktaal é uma curta de ficção científica, sem uma história“, diz Horsthuis, que explica que decidiu deixar o computador fazer todo o trabalho porque, nas suas palavras, “sou um animador preguiçoso”. E a verdade é que o computador não o deixou ficar mal.
Ainda assim, o resultado (acima) é surpreendente e mostra que, com o software certo e algum talento, é possível criar uma verdadeira obra de arte que pouco fica a dever a muitas curtas dos melhores estúdios de animação de Hollywood.
Depois do romance escrito por software que quase ganhou um prémio literário, já pouco mais parece poder surpreender-nos. O próximo grande êxito sci-fi, à distância de um click?
E isso é considerado AI? Então eu pego em duas dezenas ou centenas de fractais e espeto-lhe meia dúzia de algoritmos em cima e deixo a suposta “inteligência artificial” a bombar… Nesse caso o PC não vai para além de tudo o que eu lhe dou. Não cria nada que eu não lhe tivesse determinado e imposto. Eu disse o que queria fazer; como; e estabeleci-lhe limites ao impor fractais e algoritmos. Se me viessem dizer que perante meia dúzia de fractais e uma simples imagem inicial de um mundo e uma cidade o próprio pc desenvolveu os seus algoritmos para definir novos mundos e cidades… ainda vá que não vá…
Exatamente. Nada de Inteligência artificial, simplesmente meshes alterados por fractais.
Parecido aos videos de “chill-out” da MTV nos anos 90, mas com mais definição e complexidade.
Atenção: está bonito e bem feito, com qualidade estética. Não tem é nada que ver com criação automática: o algoritmo não criou nada. É o criador é o artista, e que cria a visualização utilizando ferramentas (entre os quais, algoritmos), além de que existe muita pós-produção na curta.
Um trabalho feio, por não ter Alma.