O Hospital de São João, no Porto, decidiu acabar com a “atribuição de viaturas” aos administradores e vai alocar os cinco automóveis à “hospitalização domiciliária”, que arranca na primeira quinzena de maio.
Na primeira deliberação, a nova administração, presidida pelo ex-secretário de Estado da Saúde Fernando Araújo, resolveu “terminar com a atribuição, aos membros do Conselho de Administração, de viaturas para uso pessoal, com efeitos imediatos”.
Os automóveis dos cinco administradores vão agora ser usados para “arrancar, na primeira quinzena de maio”, com o projeto de hospitalização domiciliária” daquela unidade, especificou à Lusa fonte hospitalar.
Em comunicado, é referido que as viaturas “serão alocadas ao Serviço de Serviço de Instalações e Equipamentos (SIE) que terá a tarefa de efetuar uma gestão eficiente da frota do CHUSJ”.
O CA aponta como uma das justificações da sua primeira “deliberação” de 2019 o “incremento das necessidades em transporte dos profissionais“, nomeadamente “com o início do serviço de hospitalização domiciliária”, um projeto lançado pelo Governo que permite cuidar dos utentes no domicílio, evitando o internamento hospitalar.
As outras fundamentações da administração abrangem “o superior interesse dos utentes”, “a área de abrangência do Centro Hospitalar Universitário”, “as prioridades clínicas e o esforço na redução dos custos operacionais”. Pretende-se aumentar a “eficiência dos recursos alocados à instituição, a segurança dos profissionais e a neutralidade carbónica”.
Na deliberação, o CA solicita ao SIE “uma proposta para atualização do regulamento interno sobre a utilização de viaturas, até 31 de maio“. “A prioridade na afetação de viaturas deverá ser a prestação de cuidados clínicos e, em segundo lugar, a utilização para tarefas administrativas ou logísticas e pelos profissionais em representações oficiais”.
Até 31 de julho, o SIE deve fazer uma “proposta sobre eventual exigência de reformulação da frota” que privilegie “a redução dos custos operacionais” e que permita “atingir uma frota descarbonizada até 2030”. Ao SIE foi ainda pedido que, até 30 de junho, “desenvolva os processos para o registo objetivo, informatizado e preferencialmente automático da utilização das viaturas”.
Esse cadastro deve incluir “responsáveis, finalidades, distâncias e custos associados (combustível, portagens, seguros, tributação, manutenção e reparação)”. O sistema deve permitir a “monitorização da localização de veículos e ativos, planeamento e monitorização de rotas”, bem como a “seleção das viaturas mais adequadas para a finalidade pretendida e com a menor despesa associada”.
Pretende-se, ainda, a “identificação automática de condutores e gestão de tarefas associadas”. A administração quer que o registo inclua “todas as viaturas cedidas ao CHUSJ através de protocolos aprovados superiormente, e sobre as quais a instituição possua encargos e/ou o dever de zelar pelo seu bom funcionamento e conservação”.
O SIE deve ainda fazer um relatório a avaliar o “estado atual da frota”, tendo em conta designadamente “a antiguidade, tipologia das viaturas, gastos com combustíveis, portagens, seguros, tributação e custos de manutenção e reparação”.
Fernando Araújo foi nomeado presidente do CA do Hospital de São João em reunião do Conselho de Ministros de 4 de abril.
ZAP // Lusa