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Hospital de S. João. Não há camas livres para pediatria e cirurgia fica numa “cave sem luz natural”

José Coelho / Lusa

O Hospital de São João desmentiu esta quinta-feira que existam “dezenas de camas vagas no hospital para onde poderia ser transferido imediatamente o internamento de Pediatria que se encontra em instalações provisórias”.

O desmentido do Hospital de São João surge depois do presidente da Associação Portuguesa de Bioética, Rui Nunes, ter dito que o hospital tinha 60 camas encerradas que poderiam acolher o serviço de pediatria, que funciona em contentores há dez anos.

O Hospital de São João admite, no entanto, que há 36 camas que não estão ativas. Segundo a mesma nota “existem neste momento 24 camas vagas na Unidade Autónoma de Gestão de Medicina (usadas de sexta a terça-feira para o internamento de doentes que beneficiam do programa de cirurgia adicional) e 12 camas na UAG de Cirurgia, todas de adultos”.

Porém, segundo o Observador, admite que “estas camas cuja ativação é urgente (pelas necessidades acrescidas de internamento consequentes à época do ano) aguardam a reposição dos recursos humanos necessários ao seu funcionamento.”

O hospital sublinhou que “não existe disponibilidade imediata para alojar todo o internamento de pediatria no corpo central do hospital” e que “por isso tornou-se necessário proceder a obras de reabilitação do espaço localizado nas instalações provisórias, obras essas que já se iniciaram”.

Cirurgia pediátrica fica numa “cave sem luz natural”

Além disso, “estão em fase final de execução as obras relativas ao internamento dos serviços de neurocirurgia (atualmente em contentores), hematologia clínica e de neurologia que, quando concluídas, permitirão libertar algum espaços no corpo central do hospital”.

O Conselho de Administração explica ainda que “logo que os espaços referidos atrás sejam libertados, a intenção é proceder à transferência de segmentos de crianças que, pela especificidade da doença e/ou das más condições de alojamento, mais beneficiem desta recolocação” e garante que “estarão neste conjunto as crianças com patologia oncológica e as crianças com patologia cirúrgica”.

O hospital diz ainda que “apesar da localização atual do serviço de patologia cirúrgica pediátrica se situar no corpo central do hospital, está situado numa cave sem luz natural e com exiguidade de espaço“, daí que o Conselho de Administração considera que este é “o espaço de internamento de pediatria que se encontra em piores condições de conforto para crianças e para os pais e daí a prioridade na sua deslocalização”.

“As crianças internadas com patologia oncológica, pela especificidade da sua doença e pela necessidade de múltiplas deslocações ao edifício central do hospital, serão a outra prioridade”, acrescenta a nota do hospital.

O Conselho de Administração do hospital diz ainda que considera possível “iniciar as obras da nova ala pediátrica no fim do primeiro semestre de 2019” e que “a duração prevista da obra é de dois anos e meio.”

ZAP //

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