Hospital de Viana pôs funcionários de limpeza a fazer de auxiliares de ação médica

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(dr) Soares da Costa

Hospital de Santa Luzia, Viana do Castelo

A administração do hospital de Viana do Castelo terá utilizado, em dia de greve nacional, trabalhadoras das limpezas para fazerem trabalho de auxiliar de ação médica, denunciou, esta sexta-feira, o coordenador dos Sindicatos em Funções Públicas e Sociais do Norte.

No Hospital de Viana, do Centro Hospitalar do Alto Minho, a administração utilizou, durante toda a manhã, “trabalhadores das empresas de limpeza”, tendo “mandado trocar a bata da empresa por uma bata do hospital e pô-los a fazer trabalho de auxiliar de ação médica”, declarou à Lusa Orlando Gonçalves.

À margem de uma conferência de imprensa que decorreu, esta sexta-feira, no Porto, junto à Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), o coordenador dos Sindicatos em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN), classificou a troca de batas e o trabalho de auxiliar de ação médica feito por trabalhadores de empresas de limpeza como um ato “absolutamente ilegal”.

Isto é absolutamente ilegal. Não faz sentido e põe até em causa e em risco a vida e a saúde dos doentes que lá estão internados”, alertou Orlando Gonçalves.

A Lusa contactou o Centro Hospitalar do Alto Minho, mas até ao momento não foi possível obter informações.

Na conferência de imprensa, Orlando Gonçalves avançou que a adesão à greve nacional na Administração Pública atingiu os 100% no setor da Saúde, havendo hospitais com dificuldades para assegurar os serviços de saúde mínimos, designadamente em Vila Nova de Gaia e no Porto, denunciam sindicatos.

Questionado pela Lusa sobre quais os hospitais que estão com dificuldades em assegurar os serviços mínimos, o dirigente do STFPSN enumerou o “Santos Silva, em Vila Nova de Gaia”, o “Santo António, no Porto”, que está também “abaixo dos mínimos, e o Hospital São João, no Porto, onde está a haver “muita pressão por parte dos diretores e da administração para que os trabalhadores não abandonem os locais de trabalho” e para “cumprirem serviços mínimos, onde eles não existem”.

Em causa na greve nacional está a falta de respostas às reivindicações da Frente Comum, como o aumento dos salários na função pública, o descongelamento “imediato” das progressões na carreira e as 35 horas semanais para todos os trabalhadores.

Esta é a terceira greve nacional dos trabalhadores da Administração Pública com o atual Governo e a primeira convocada pela Frente Comum de Sindicatos, segundo a listagem cedida pela estrutura sindical.

// Lusa

3 Comments

  1. Pois é o que toda a gente julga que os Funcionários Públicos são bem remunerados. Já agora como sou dessa tal elite, exerço na atual conjuntura uma actividade que não corresponde ao que era anteriormente, e pelo quadro de remuneração, recebo quase metade se estivesse numa carreira Técnica. E sou um auxiliar isto nas alterações das carreiras, com a teoria da polivalência?
    “Chamo a isto” ESCRAVATURA! ! !
    Por isso não admira rigorosamente nada esta notícia. ESCRAVATURA: ! ! ! Porque num privado na nomenclatura das carreiras, não é permitida a polivalência. Embora saiba-se que existe, mas quem necessita trabalhar tem que se acomodar, seja no privado ou no estado. E usa-se como sempre no passado da ESCRAVATURA a troco dos míseros €uros para sobreviver. É esta a €uropa da merkel e de outros que só querem ordenados chorudos e nós levamos com os restos desta miserabilidade de negociações que não chegam a lado nenhum, de sindicados e outros afins. Tenho dito.

  2. “Isto é absolutamente ilegal. Não faz sentido e põe até em causa e em risco a vida e a saúde dos doentes que lá estão internados”, alertou Orlando Gonçalves.
    E vocês não estão a pôr em causa ” risco de vida e saúde dos doentes “.
    SÓ ESTOU A PERGUNTAR !!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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