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Hospitais pouparam quase 30 milhões só com três genéricos este ano

Tânia Rêgo / ABr

Uma poupança de 25 milhões graças à redução de gastos com dois medicamentos no tratamento do cancro e do VIH permite investir em medicamentos mais inovadores.

Os hospitais portugueses conseguiram poupar quase 30 milhões de euros com a utilização de três medicamentos genéricos no período entre janeiro e outubro.

Segundo o Diário de Notícias, um tratamento na área do cancro e outro contra o VIH permitiram uma poupança de 25,5 milhões, aos quais se juntaram 2,2 milhões de euros num antibiótico usado em meio hospitalar.

Os dados foram divulgados pela presidente da Autoridade do Medicamento – o Infarmed -, Maria do Céu Machado, que avançou que, em 2017, a despesa com a Linezolida, um antibiótico de largo espectro, é de 832 mil euros, comparados com os 3 milhões gastos no mesmo período do ano passado.

Em alguns locais, a descida de preços de alguns genéricos tem permitido uma poupança superior a 95%, revela Armando Alcobia, da Comissão de Farmácia e Terapêutica do Hospital Garcia de Orta, de Almada.

Os medicamentos oncológicos (docetaxel, paclitaxel, capecitabina, temozolamida) e os de aplicação venosa (piperacilina + tazobactam, com redução de cerca de 90%; e imipenem e meropenem, com reduções superiores a 80%) são os que têm maior impacto.

No caso do já referido imatinib (medicamento para tratamento de doenças hematológicas), “tinha um custo por comprimido de 70 euros e que, no espaço de menos de um ano, foi reduzido para menos de dois euros. Se em 2016 foram consumidos cerca de 30 milhões de euros deste medicamento, será de prever uma redução bem superior a 20 milhões”, sublinha o especialista em farmácia hospitalar.

No entanto, Armando Alcobia relembra que a descida de preços não pode nunca comprometer a qualidade dos medicamentos e “reduções de preço desta magnitude podem levar ao abandono do mercado de alguns fornecedores, levando a ruturas no fornecimento destes medicamentos”.

A poupança gerada com a utilização destes genéricos irá permitir atenuar “o investimento necessário para adquirir novas moléculas que a investigação trouxe para o mercado, algumas delas muito promissoras, mas em que se tornou habitual o preço por cada comprimido ser superior a 150 euros ou cada ampola injetável mil euros”.

ZAP //

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