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Homicídio no metro das Laranjeiras. Suspeitos estudam, vivem em famílias “normais” e pertencem a gangue

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Mário Cruz / Lusa

A Polícia Judiciária (PJ) já deteve o quarto suspeito da morte de um jovem de 19 anos no metro das Laranjeiras, em Lisboa. O crime terá sido motivado por provocações nas redes sociais entre gangues rivais.

O crime foi cometido na quarta-feira, quando a vítima circulava na estação de metro das Laranjeiras, tendo sido esfaqueada violentamente. O jovem de 19 anos acabou por morrer devido às lesões graves que sofreu.

Logo no dia do homicídio foram detidos três suspeitos, jovens na mesma faixa etária. Mas o coordenador de Investigação Criminal da PJ, Pedro Maia, tinha admitido a possibilidade de haver mais envolvidos no crime.

“Há a possibilidade de um ou mais coautores. É nesse quadro que estamos a trabalhar”, referiu, então, Pedro Maia, salientando que situações como a que aconteceu no metro das Laranjeiras são “potenciadas pelas redes sociais e pelo conteúdo mais provocador do que é publicado”.

O coordenador da PJ adiantou ainda que o crime teve origem em “quezílias entre pessoas que se conheciam e que viviam em zonas diferentes da Área Metropolitana de Lisboa”.

“Este crime ocorreu numa estação de metropolitano, mas poderia ter ocorrido na via pública. Aconteceu ali porque foi ali que as pessoas se encontraram“, sublinhou Pedro Maia, apelando às pessoas para não terem receio de andar de transportes públicos.

Estudantes e “provenientes de famílias normais”

Os quatro jovens detidos, bem como a vítima, têm antecedentes criminais, segundo revelou Pedro Maia. São estudantes do Ensino Profissional e “são provenientes de famílias normais“, de acordo com o elemento da PJ.

O factor que terá motivado o homicídio será uma rivalidade pelo facto de integrarem dois gangues rivais em bairros da Amadora.

O jovem que morreu pertenceria ao grupo “300 da Kova” do bairro da Cova da Moura, enquanto que os suspeitos pertencerão ao grupo “Cash Mira” do Casal da Mira.

“Após a recolha de vestígios no local do crime, e o apoio dado pelo Metro na cedência das imagens do crime, e da fuga dos suspeitos, foi possível analisar várias páginas de redes sociais que levaram à identificação dos suspeitos”, explicou Pedro Maia citado pelo Correio da Manhã.

Os quatro suspeitos vão ser presentes a um juiz, nesta sexta-feira de manhã, e podem ser acusados dos crimes de homicídio qualificado, posse de arma proibida e roubo, uma vez que terão tirado o telemóvel à vítima.

Entretanto, há receios de represálias na guerra entre gangues, uma vez que os amigos da vítima já prometeram vingar-se em vídeos publicados nas redes sociais.

ZAP // Lusa

5 Comments

  1. Famílias “normais”, Jovens “normais” , Gangs “normais” , Cidade “normal”…..Portugal..o País seguramente “Normal” !….Há Países piores ”’…certo que há !…… Mas o que se passa cá nada tem de “Normal” !

    • “Normais” para aquela “micro sociedade” que nada tem a ver com Portugal mas que é “normal” em qualquer zona com características semelhantes de outro qualquer país europeu!…
      Londres, por exemplo, este ano de 2021, caminha para bater o record de mortes por esfaquemento…

      Jovens normais de 19 anos não têm antecedentes criminais…

      A estação do metro não é “via pública?!

    • … já no ensino básico me ensinaram que vulgar e normal não significa o mesmo, embora a sociedade confunda estes dois termos e frequentemente com graves consequências.
      Estas situações infelizmente estão a tornar-se vulgares, mas não as podemos aceitar como sendo normais.

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