O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem condenou o Estado Português a indemnizar a família de um homem que morreu durante uma cirurgia para remover uma pinça que tinha ficado esquecida no interior do seu corpo, numa anterior operação. A morte ocorreu em 1998 e só agora é que tem um desfecho.
O filho do paciente vai receber uma indemnização de 32.500 euros do Estado português, conforme decisão tomada nesta semana pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem que é divulgada pelo Jornal de Notícias (JN).
O homem morreu em 1998, aos 69 anos de idade, durante uma operação que visava retirar do interior do seu corpo uma pinça que lá tinha ficado esquecida no decurso de uma outra cirurgia. Ele tinha sido operado para a remoção de um rim numa operação que correu bem, mas sempre se queixou de um incómodo na zona da barriga. Seis anos depois dessa primeira operação, os médicos descobriram uma pinça no interior do seu corpo. Acabou por morrer com uma hemorragia durante a segunda cirurgia.
As duas operações foram feitas no no Hospital de São João, no Porto, e foram ambas realizadas pelo mesmo médico, segundo o JN.
A justiça portuguesa já tinha dado razão à família do paciente, mas o Supremo Tribunal Administrativo detectou falhas no processo e obrigou à repetição do julgamento. No decurso deste, uma testemunha alterou a sua versão da história e o médico envolvido e o hospital acabaram por ser absolvidos.
Até que o caso chegou ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem que atribuiu à família do doente uma indemnização de 32.500 euros.
A mulher do paciente também veio a falecer enquanto o processo correu na justiça, restando o filho para receber a indemnização.