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Hologramas e outras tecnologias podem ajudar a combater incêndios florestais

Peter da Silva / EPA

Portugal continua a ser assombrado pela destruição sem precedentes dos incêndios florestais. Agora é a hora de aproveitar as nossas ferramentas tecnológicas e encontrar maneiras inovadoras de ajudar a aliviar o problema e também evitar futuros desastres.

O mapeamento preditivo tem sido uma ferramenta vital num esforço contínuo para identificar áreas florestais em risco e saber proativamente os riscos de incêndio. Este método analisa imagens para ver aquilo que os olhos humanos nem sempre veem.

Agora, o progresso em tecnologias como Inteligência Artificial (IA), drones e Internet das Coisas abriu novas formas de prevenir e responder melhor aos incêndios florestais. Para isso, a chave é ter muitos dados relevantes para esse local.

Usar tecnologia para recolher e distribuir dados

Os dados cruciais necessários para o planeamento da prevenção de incêndios florestais podem vir de várias fontes, incluindo sensores da Internet das Coisas (IoT) que recolhem dados meteorológicos, dados arquivados do passado, ferramentas de modelagem, imagens de satélite e até redes sociais.

Estas tecnologias podem convergir para reunir uma gama diversificada de dados, ajudando-nos a fazer previsões sobre a probabilidade de um evento ocorrer num local específico com mais velocidade e precisão do que nunca. Tais previsões fornecem informações oportunas e direcionadas que podem ajudar muito os serviços de emergência no desempenho das suas funções.

O objetivo agora deve ser integrar o uso destas tecnologias emergentes nos sistemas existentes dos departamentos estatais de serviços de emergência, que podem transmitir informações mais estrategicamente direcionadas às autoridades locais. Isto pode ser incorporado nos seus sistemas existentes.

As “redes mesh” — redes em malha — de próxima geração são uma tecnologia emergente possibilitada pela convergência do 5G, Inteligência artificial, milhões de sensores da Internet das Coisas (IoT) e Realidade Virtual e Aumentada.

Enquanto as redes mais antigas são baseadas num número limitado de pontos de acesso, nas redes em malha cada pessoa com um smartphone habilitado para 5G é um nó capaz de se conectar com todos os outros. Quando o serviço móvel 5G for lançado em Portugal, poderemos fazer isso.

Com esta tecnologia, as pessoas num incêndio florestal ou em outra área afetada por desastres podem criar uma “rede mesh” local através do seu smartphone. Assim, poderiam contribuir gravando vídeos em 360 graus, fazendo relatórios sobre eventos em desenvolvimento, tirando fotos etc., e depois distribuí-los para a rede.

A Inteligência Artificial pode produzir informações confiáveis sobre ambientes físicos, processando imagens capturadas. Ela integra os vídeos para criar hologramas ao vivo em tempo real. Esta forma de Realidade Virtual colocará os observadores no local, ajudando as autoridades fora do local.

Com os olhos no futuro

Está na hora de usarmos soluções do século XXI para enfrentar a crescente ameaça de incêndios florestais. Em muitas partes de Portugal, a questão é quando é que o desastre ocorrerá e não se ele ocorrerá.

Os socorristas que enfrentam um incêndio em avanço precisam de toda a ajuda possível, e as informações estrategicamente recolhidas pelos sistemas inteligentes darão aos bombeiros uma vantagem distinta.

As tecnologias discutidas acima são algumas das maneiras pelas quais podemos enfrentar o desafio. Precisamos de criar formas mais fortes e mais capazes de prevenir desastres sempre que possível, gerindo o desastre enquanto ele acontece e identificando maneiras de nos tornarmos mais resilientes a eles.

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