Holanda começa a receber corpos de vítimas do voo MH17

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Memorial às vítimas do voo MH17, no Amsterdam Schiphol Airport

Memorial às vítimas do voo MH17, no Amsterdam Schiphol Airport

Os primeiros corpos resgatados após a queda do avião da Malaysia Airlines na semana passada na Ucrânia estão a ser transportados para a Holanda, onde serão identificados.

A expectativa é que os restos mortais das vítimas do MH17 cheguem a Eindhoven às 16h do horário local (15h de Lisboa), após uma cerimónia de despedida com a presença de autoridades ucranianas na cidade de Kharkiv.

A família real holandesa e do primeiro-ministro Mark Rutte vão reunir-se no avião que transportará os corpos. O processo de identificação pode “levar semanas ou até meses”, explica Rutte.

O país decretou nesta quarta-feira um dia de luto nacional em homenagem aos 298 mortos, dos quais 193 eram holandeses.

Os primeiros 200 corpos retirados do local da queda chegaram a Kharkiv na terça-feira numa carruagem refrigerada.

A operação para encontrar mais corpos e garantir a integridade das provas no local do acidente continua.

Os registos de dados do voo (as chamadas caixas pretas) foram entregues às autoridades holandesas pela Malásia. Os dispositivos serão enviados para análise em Farnborough, na Grã-Bretanha.

Culpas por atribuir

O avião caiu numa região do leste da Ucrânia controlada por rebeldes ligados à Rússia, depois de ter sido atingido por um míssil.

Funcionários da inteligência dos EUA acreditam que os rebeldes tenham abatido o avião – supostamente por engano -, mas não encontraram qualquer ligação direta com a Rússia.

As autoridades afirmam que as suas descobertas foram baseadas, em parte, em publicações de redes sociais e vídeos divulgados nos últimos dias. “A explicação mais plausível” para o incidente é que os rebeldes tenham confundido o avião civil com outra aeronave, afirmou uma alta fonte do governo americano, sob condição de anonimato. “Passados cinco dias, parece ter sido um erro”, afirma a fonte.

Ainda assim, os EUA responsabilizaram a Rússia pelas condições que levaram ao incidente.

Países diretamente afetados pelo desastre, como Holanda, Austrália e o Reino Unido, têm manifestado preocupação com o fato de o local não ter sido devidamente isolado para proteção de provas sobre as causas da queda.

Enquanto isso, o conflito entre as forças do governo e rebeldes ucranianos tem continuado, com relatos de combates em Donetsk e Luhansk.

O ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov, disse na terça-feira que o exército havia capturado a cidade estratégica de Severodonetsk, localizada a cerca de 140 km do reduto rebelde de Donetsk.

Os confrontos no leste da Ucrânia eclodiram em abril e calcula-se que já custaram mais de mil vidas.

ZAP / BBC

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