/

Helicópteros não vão estar prontos na época de fogos. Proteção Civil e gestora dos Kamov em rutura

13

Estela Silva / Lusa

A Proteção Civil confirmou que o hangar da frota de helicópteros Kamov em Ponte de Sor está encerrado, referindo que ocorreu a movimentação de material sem ter sido identificado, sem autorização e que aguarda esclarecimentos.

“O hangar da ANPC em Ponte de Sor, onde se encontra localizada a frota de helicópteros Kamov, propriedade do Estado português, foi na terça-feira interditado pela ANPC em virtude de se ter constatado a movimentação de material da mencionada frota, por parte da Heliavionics (subcontratada da Everjets, S.A.), sem ter sido efetuada a identificação do referido material, nem ter sido solicitada a necessária autorização, tendo tal facto sido logo comunicado à Everjets, S.A”, refere a Proteção Civil.

Aquela entidade considera que o encerramento do hangar foi “a única medida que, no imediato e face à omissão de qualquer atuação ou esclarecimento por parte dos técnicos da Everjets presentes no local”, permitiu acautelar “os bens da ANPC e o interesse público subjacente”.

“Salienta-se que foram solicitados à Everjets, S.A. os necessários esclarecimentos, em ordem a que, caso se encontrem reunidas as condições para tal, seja reaberto o hangar e retomados os trabalhos com a normalidade necessária e desejável“, concluiu.

A Everjets anunciou que a Proteção Civil “selou as instalações” e expulsou as equipas que procediam à manutenção de três helicópteros Kamov, no Aeródromo de Ponte de Sor, Portalegre, avisando que a prontidão das aeronaves fica “seriamente comprometida”.

“A Autoridade Nacional de Proteção Civil encerrou e selou as instalações onde estão guardados os helicópteros Kamov, expulsando dos hangares as equipas russas que procediam à manutenção das aeronaves. Os helicópteros Kamov estavam a ser reparados para operarem no início da campanha de combate aos fogos, a partir de 15 de maio”, referiu a administração da empresa em comunicado.

“A Everjets, a empresa que opera os Kamov em Portugal por força do contrato celebrado com o Estado, e que pretendia cumprir o planeamento de manutenção, vê-se assim impossibilitada de cumprir os objetivos e garantir a prontidão das aeronaves, que fica seriamente comprometida”, alerta a empresa.

A 13 de fevereiro, em resposta enviada à Lusa, o Ministério da Administração Interna disse esperar que os três helicópteros Kamov estejam operacionais para integrar o dispositivo de combate a incêndios florestais deste ano.

Concurso de aluguer de helicópteros para combate aos incêndios voltou a falhar

O concurso lançado pelo Estado para o aluguer de helicópteros para combate aos incêndios este verão voltou a falhar pela segunda vez num mês, avança o Público.

As propostas apresentadas terão sido com valores acima dos que o Governo está disposto a pagar, pelo que o júri do concurso optou por uma atitude intransigente, excluindo as propostas das quatro empresas que concorreram – a HTA, Helicópteros, Babcock, Helibravo e Heliportugal.

O primeiro concurso foi cancelado porque a maioria das empresas apresentou propostas acima do que era o preço base do caderno de encargos. Nesse momento, o Ministério da Administração Interna decidiu lançar um concurso urgente no prazo de quinze dias.

Em fevereiro, o Estado fechou o aluguer de 10 helicópteros ligeiros para todo o ano à empresa Helibravo – decisão que foi entretanto publicada no Portal Base.

Já neste último concurso, foram garantidos 12 aviões. O relatório preliminar indica que foram assegurados os dois aviões de coordenação, adjudicados à empresa Avitrata; dois aviões anfíbios pesados à empresa Babcock e oito aviões anfíbios médios à empresa Agro-Montiar.

ZAP // Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

13 Comments

  1. E muito bem!
    Com o historial da Everjets, esta já há muito que deveria ter sido afastada dos Kamov, primeiro porque ganhou o concurso de forma fraudulenta (com a ajuda do Macedo), depois, porque nunca fizeram a manutenção de forma correcta e até roubaram peças, etc e, o pior é que, no fim de todas as vigarices, nunca tem os helicópteros em condições de voar!!

      • Que peça falta?
        E, mais importante, se a Everjets não consegue arranjar peças para os Kamov, porque concorreu à sua manutenção – ainda por cima de forma fraudulenta, através de corrupção envolvendo o ministro Macedo?!
        Então os mafiosos da Everjests corrompem meio mundo, ganham o concurso, fazem asneira atrás de asneira (burla atrás de burla) e agora dizem que não há peças??!
        Estamos a brincar?
        Mas, gostava de saber que peça é essa que falta (e se falta mesmo) ou é a Everjests, mais uma vez, a tentar burlar o Estado e a colocar arames para poupar mais uns milhares –
        coisa que tem sido hábito na sua “manutenção” e por isso os Kamov estão como estão!…

        • Só para esclarecer: Falei em falta de peças porque referiu que havia roubo de peças e apenas isso. Terá sido uma suposição errada?
          Mas… Acredito que algumas peças (essenciais) tenham saído sem controlo e, por isso, fecharam o hangar (para ver se ainda sobra alguma coisa…)

    • A questão que se coloca, e o caro amigo decididamente não percebe nada de nada, é por que razão se optou pelos Kamov? E se calhar a resposta traz água no bico, até porque todos os pareceres técnicos e militares na altura eram contra a aquisição dos Kamov. O atual primeiro-ministro na altura decidiu-se pelos Kamov. Investigue-se por que se calhar onde há fumo há fogo. E todos nós conhecemos a escola do nosso atual primeiro-ministro.

      • Os Kamov? Só são os melhores helicópteros para combate a incêndios (muito por causa do duplo rotor)! Será assim tão “água no bico”? Se calhar devíamos alugar uns aviõezinhos de papel, não?

      • Mais um “expert”… expert, pelo menos, a tentar baralhar os “distraídos”!…
        Como se percebe, a notícia é sobre o incumprimento (mais uma vez) da empresa de manutenção; nao é sobre a aquisição!
        Se a compra foi má, o que dizer da manutenção – principalmente desde que passou para os privados com as vigarices do Macedo (desde o encerramento da EMA)?!
        Segundo o Ministério Público, isso teve muito mais do que “água no bico”!…

  2. ainda bem. menos agentes no circo pode ser que arda menos.alias euacabava com os subsidios. para prevenir fogos?Várias forças armadas(cenário de guerra munição real), protecção civil e bombeiros.

  3. Fala-se da “época dos fogos” como se de uma quinta estação do ano se tratasse. Primavera, Verão, “Época dos Fogos”, Outono e Inverno. Até parece agoiro.

    • Sr Carlos: Por muito que parece mau agoiro, tem de concordar que há uma altura do ano em que os incêndios (principalmente florestais) proliferam mais que noutras alturas do ano. Por se lhe chamam de época dos fogos… É uma altura em que os bombeiros têm de estar ainda mais de prontidão do que noutras “épocas”… Embora, com as alterações climáticas, (e outros factores sócio-económicos, para não lhe chamar outra coisa) essa “época” começa a tornar-se muito dificil de determinar.

  4. Se foi isso acho bem… o pior é após 1 ano. Será desta que será a nossa força aérea ? bem prega o frei Tomás… mas tenham calma q o gajo não se demite e eu pergunto será que o prof. os tem…!? pelos visto não é que um oportunista é carteirista e safado ( na índia há muitos) é o coca coça e logo se vê. Sorrisos e tolos andam aos bolos e é um Pagode indiano.

  5. Ó ZAP: Então não se pergunta ao porta voz da Everjets o porquê da “movimentação de material da mencionada frota, por parte da Heliavionics (subcontratada da Everjets, S.A.), sem ter sido efetuada a identificação do referido material, nem ter sido solicitada a necessária autorização”? É que é algo extremamente importante para se perceber o porquê do encerramento do hangar da ANPC.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.