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Helicóptero do INEM colidiu com antena. NAV deu o alerta e ninguém atendeu

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Tiago Petinga / Lusa

A avaliação preliminar dos destroços do helicóptero do INEM acidentado no sábado indica que a queda da aeronave aconteceu na sequência da colisão com uma antena emissora existente na zona.

“A avaliação preliminar dos destroços que foi possível realizar até ao momento indica que a queda da aeronave aconteceu na sequência da colisão com uma antena emissora existente na zona”, revelou o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF).

“Essa colisão pode ter tido origem em diversas causas possíveis, o que apenas após a reunião de toda a informação necessária e no decurso do aprofundamento do processo de investigação poderá ser devidamente esclarecido”, acrescentou.

Ainda segundo o GPIAAF, as informações recolhidas até ao momento “indicam que a aeronave, com a matrícula I-EITC, ao serviço do INEM, “não estava equipada com dispositivo de registo de dados de voo”, o que não era obrigatório, mas vai provocar “um maior grau de incerteza e de morosidade” na investigação do acidente.

Os trabalhos de investigação no terreno iniciaram-se na manhã de domingo, quando foi possível aceder ao local. A operação foi dada como encerrada no mesmo dia, com a retirada as quatro vítimas que foram encaminhadas para o Instituto de Medicina Legal.

NAV alertou comandos mas ninguém atendeu

A empresa que gere a navegação aérea (NAV) alertou meia hora após a perda de contacto com o helicóptero do INEM, entidades como a Proteção Civil e a Força Aérea para a falha de comunicação com o aparelho.

Segundo a NAV, às 19h40 foi avisada a Força Aérea Portuguesa, “que é quem ativa a busca e salvamento”, 20 minutos depois de terem sido contactados os CDOS do Porto, Braga e Vila Real, que “não atenderam”.

A NAV Portugal transcreve ao minuto, numa nota enviada à Lusa, a sequência de acontecimentos após a falta de comunicação com o helicóptero HSU203.

Segundo a NAV, a tripulação contactou com a Torre de Controlo do Porto às 18h30, para informar que iria descolar para Macedo de Cavaleiros via Baltar dentro de 5 ou 6 minutos, informando ainda que se não conseguisse aterrar em Baltar, poderia prosseguir para o Porto.

A tripulação contactou, pela primeira vez, a Torre de Controlo do Porto, já em voo, às 18h37, e foi contactada às 18h39 pela Torre de Controlo, que pretendia saber qual a altitude que pretendia manter, tendo a tripulação informado que iria manter 1.500 pés.

A primeira perda de sinal radar com o helicóptero deu-se às 18h55, afirmou a NAV, salientando ainda que a perda de comunicações “é normal”, devido “à altitude e orografia do terreno”. A hora expectável de aterragem, tendo em conta a hora de descolagem do aparelho, era às 19h00.

A empresa destacou que às 19h20, “de acordo com o protocolo de atuação, que determina que 30 minutos após o último contacto expectável se iniciem tentativas de contacto com a aeronave”, a Torre de Controlo do Porto contactou telefonicamente várias entidades, entre as quais os bombeiros de Valongo e a PSP de Valongo. À mesma hora, foi tentado o contacto ainda com os Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS) do Porto, Braga e Vila Real “que não atenderam”.

Só após contactar o CDOS de Coimbra, que reencaminhou a chamada para o Porto, é que se conseguiu contactar o CDOS do Porto”, vincou a NAV.

Foram também contactados o Aeródromo de Baltar, os telemóveis da tripulação, o Aeródromo de destino, em Macedo de Cavaleiros, o Heliporto de Massarelos, “para saber se tinham optado por regressar, tendo aqui sido contactada a PSP para ir verificar ao local, uma vez que o heliporto não tem operações permanentes”, acrescentou a empresa.

Comandante Distrital do Porto só chegou 2 horas depois

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, pediu este domingo um “inquérito rigoroso” à queda de um helicóptero, apontando falhas na intervenção da Proteção Civil. Uma delas, contra o próprio Comandante Distrital de Operações de Socorro, que acusa de só ter chegado duas horas depois do primeiro alerta aos bombeiros.

Notando que os bombeiros de Valongo foram acionados pelas 20h35, tendo-se dirigido imediatamente ao local, o responsável relatou que “só às 22h30 é que o CDOS do Porto pediu a sua viatura de comunicações e comando” e que “o senhor CODIS do Porto só chegou às 23h ao local das operações“, altura em que “a operação já ia a mais de 90%”.

“Quero dizer com isto que a ANPC falhou e quero que isso seja apurado: as responsabilidades técnico-operacionais e as responsabilidades políticas de quem falhou em relação a esta situação”, vincou.

Falando numa “confusão muito grande” na mobilização de meios, Jaime Marta Soares referiu que a investigação “tem de dizer a que horas transmitiram o desaparecimento do helicóptero para a autoridade, porque é que os CDOS do Porto, Braga e Vila Real não atenderam e porque é que demorou tanto a instalação”.

“Certo é que, mesmo que o CODIS tivesse ido mais cedo — uma hora, duas ou três antes –, não resolveria nada porque as pessoas tiveram morte imediata, logo que bateram”, admitiu, vincando, contudo, que “não é uma questão disso”, mas sim “de as coisas ficarem bem claras em relação à intervenção de cada um”.

ZAP //

31 Comments

  1. Era bom verificar:
    – se a antena tinha as luzes de sinalização operacionais, ou estavam fundidas (e ninguém ligou)
    – quantas horas de turno os pilotos tinham “às costas”
    – se o heli não seria a enésima ‘sucata’ que já nem devia ter licença para voar

    • E mais: não é obrigatório estarem equipados com “dispositivo de registo de dados de voo” – vulgarmente conhecido como “caixa negra”????? Uma aeronave com missão de socorro e emergência????
      Andamos a brincar???????

      • Tu é que estás a brincar, a especular e a mandar bitaites de café/facebook, quando não percebes nada do assunto…
        É o que dá juntar uma capacidade de raciocínio limitada com “noticias” da CMTV…

      • Já fiz – mas não foi no café, nem no facebook!…
        Especular que um helicóptero destes pode ser “sucata” (ou que teria que ter caixa negra), já diz muito sobre o teu conhecimento do assunto…

    • Verifiquem o número de antenas no lugar e confirmem quantas têm os sinalizadores ligados durante a noite. Estava-se mesmo a ver que desde que alguém decidiu desligar de todas as antenas – menos uma, a probabilidade de acontecer uma tragédia, era uma questão de tempo. Peçam responsabilidades a quem decidiu. apesar de tragédia ocorrida. Ou querem ver que agora ninguém sabe quem foi nem quando foi tomada a decisão de desligar os sinalizadores. Agora, em vez de uma, já são duas de 12 ou 13 antenas ali existentes que neste momento têm os sinalizadores ligados. Continuamos a trabalhar para bingo. Pobre de quem morreu. Que descansem em paz. Respeitosamente.

  2. Hum… parece-me que quem falhou, primeiro foi o piloto que arriscou voar com pouca visibilidade e depois a NAV, que demorou a reportar…
    3 CDOS não atenderam a NAV (quando esta até tem um linha directa para o CDOS do Porto)?!
    Duvido muito… a mim, sempre atendetam à primeira.
    .
    E claro que lá tinha que vir o parasita incendiário (Marta Soares), incendiar tudo para tentar justificar o seu tacho!…

      • Sim, claro que sou funcionário publico e passo o tempo na tasca!…
        Fui apanhado pelo teu brilhante raciocínio e capacidade de análise/interpretação!…
        Enfim… mais um dos teus comentários sem qualquer conteúdo…

    • Tenho cá um palpite que os registos das chamadas da NAV (aos vários CDOS) vão desaparecer, como o registo da atribuição do processo ao juíz Carlos Alexandre.

    • Sempre se encontra alguém com os pés bem assentes na terra a falar de assuntos sérios para elucidar estes bocanas bacocos que nada sabem a não ser ladrar ao mando da voz do dono mas sobre tudo opinam até mesmo acerca de acontecimentos onde infelizmente morreram 4 pessoas que por ironia do destino vinham de regresso de salvar um seu semelhante. são os mata suares deste País que outra coisa não querem se não armar a confusão enquanto tentam apontar a terceiros a culpa de armarem uma “confusão muito grande”.
      Muito bem Sr. Eu, mas com gente desta estirpe é tempo perdido são apátridas saudosos do tempo do seu dono agora catedrático da treta, a quem a mama falta e o neurónio que possuem está a entrar em colapso.

  3. E para variar, os CDOS e tacho para os bombeiros amigos da Liga Portuguesa (das direcções) de Bombeiros!!

    De certeza que estaes estavam a fazer o tal boicote e agora vem para a rua como virgens ofendidas….

    • Calma que os CDOS são da responsabilidade da Protecção Civil e embora, tenha bombeiros, não são só bombeiros!
      Os comandantes distritais de Braga e Vila Real são bombeiros, mas o do Porto é um tenente-coronel das Operações Especais e nunca foi bombeiro, logo as palhaçada do incendiário da LBP não terá tido influência nisto…

  4. A fita do tempo demonstra um lentidão na resposta , entre a notícia do desaparecimento da aeronave e a chegada das equipas aos destroços demora uma eternidade . Este país é uma choça . E as perguntas são ( ou deveriam ser ) : a que horas ocorreram os óbitos ? Uma resposta pronta teria evitado vítimas mortais ?

  5. Sem fazer muitos comentários lamento o sucedido enviando as condolências aos familiares das vítimas.
    Se a nave colidiu com a antena, que por norma estaria mais alta que a copa das arvores para boa recepção e emissão de sinal, das duas uma: Falta de sinalização de sinal na forma de luzes intermitentes e fixas, luzes inoperantes ou em último caso mapa de navegação desatualizado.

  6. Com má visibilidade mantiveram os 1500 pés (457 metros), conhecendo a topografia do terreno e sabendo dos obstáculos possíveis. Talvez esteja aí o erro humano no acidente.

  7. Possivelmente aqui poderá ter havido erro humano, refiro-me há altitude a que deveria voar o aparelho pois certamente deve estar equipado com aparelhagem para tal controlo, por outro lado a dita antena poderia não estar iluminada a exemplo de muitas outras por aí caídas no esquecimento e se havia nevoeiro mais uma razão para voar em altitude de segurança ou não voar mesmo, falhas mecânicas também poderão estar em causa, tudo é por enquanto especulação e o que há a lamentar é a morte das quatro vítimas.

  8. Alguem me consegue explicar?
    – Como é que “a queda da aeronave aconteceu na sequência da colisão com uma antena” cuja altitude é cerca de 375 mts quando o helicoptero voava a uma altitude de 457 mts (1500 pés)?
    – O que aconteceu entre os 457 e os 375 mts?
    – Como é que “a perda de comunicações “é normal”, devido “à altitude e orografia do terreno”? É normal perder comunicacoes a cerca de 375 mts de altitude ???
    – Para que tanta entidade (INEM, GNR, NAV, CDOS, Bombeiros,…) e outros sumidouros de dinheiros publicos?
    Pobre Portugal… Maldita democracia!

    • Sim é absolutamente normal!!
      O que não é normal é quem não percebe nada do assunto, vir mandar “postas de pescada”!…
      “Pobre Portugal… Maldita democracia!”??
      No teu caso será mais, maldita ignorância…
      Mas, podes sempre ir para uma ditadura; tens várias à escolha!

      • Exactamente!
        A liberdade é mesmo assim: toda a gente tem o direito à sua opinião – mesmo que seja uma opinião complemente estúpida!!
        É uma das vantagens da tal democracia que, certos seres mais limitados, criticam!…

      • Ó “eu”, já que sabes tanto da matéria podias explicar a quem tem duvidas… ou és anormal.
        Quanto à democracia, podes enfia-la onde bem sabes, e se te agrada assim tanto é porque terás uma gamela onde sugas o tutano ao povinho. Ou és politico, ou és autarca ou entao forneces quem defendes.
        E se queres mesmo saber, uma ditadura era a unica salvaçao deste grande país minado de “eus”. Nao a temo de forma alguma, venha ela porque a vida de muita gente séria, digna e honrada certamente seria melhor do que com a gatunagem gerada pela tao adorada democracia.

      • Há uma frase que se aplica perfeitamente ao teu caso:
        “A tua arrogância é apenas ultrapassada pela tua ignorância”!
        E a educação também não é melhor!…
        Se não tens capacidade para perceber, para que queres explicações?
        Afinal, segundo o teu brilhante raciocínio, a culpa é da democracia!…
        E, sem democracia, não há perguntas!!
        Sim, agrada-me a democracia (dos regimes imperfeitos, é o mais “perfeito”!), principalmente porque se podem ouvir as opiniões de todos; mesmo as mais apalermadas – como tem sido as tuas!
        Se não temes a ditadura, de que esperas?!
        Arranca para lá!
        Venezuela, Coreia do Norte, etc, etc, ainda tens muito por onde escolher!…
        Não podes és querer que a restante civilização recue ao teu nível!…
        E, claro que a vida de gente “séria e honrada” é muito boa em ditadura, como se vê na Venezuela, etc – por isso é que fogem de lá aos milhares diariamente (como fugiam de Portugal no tempo do Salazar)!!
        Agora respira fundo e conta até 10 antes de escreveres mais disparates…

  9. O Sr. Martelo, lá mais, para frente, vai condecorar todos estes heróis.
    A começar pelo comandante que “só às 22h30 é que o CDOS do Porto pediu a sua viatura de comunicações e comando” e que “o senhor CODIS do Porto só chegou às 23h ao local das operações“, altura em que “a operação já ia a mais de 90%”.
    Quanto ao cidadao que 2 minutos após a queda alertou o 112, é melhor que desapareça do mapa senao… leva!

    Maldita democracia!

      • No tempo da outra senhora o acidente provavelmente nao aconteceria… e se acontecesse, a esta hora já estava na cadeia muito chuleco da sociedade que se negligenciou perante o que aconteceu. Em vez de se manterem nos tachos e a pouca vergonha se repita.

      • D. Maria, não perca mais tempo com este Sr. EU.
        Este deve ser mais um ENGRAXADOR, BUFO, e MAU-CAMARADA

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