O produtor de Hollywood entrou pelo próprio pé numa esquadra de polícia de Nova Iorque onde era já esperado para responder pelas acusações de abuso sexual.
Harvey Weinstein entregou-se na manhã desta sexta-feira numa esquadra de polícia de Nova Iorque, na sequência investigação judicial sobre agressões e abuso sexual.
A imprensa norte-americana já tinha noticiado, na quinta-feira, que o produtor norte-americano deveria apresentar-se hoje às autoridades judiciais nova-iorquinas, o que aconteceu cerca das 07h00 (hora local) em Manhattan, sem prestar qualquer declaração à chegada.
Weinstein chegou de carro à esquadra, na qual entrou em silêncio e com papéis e livros debaixo do braço. Segundo o Público, a notícia da sua entrega à polícia foi saudada por várias das suas acusadoras, incluindo a atriz Rose McGowan, que disse sentir-se “um passo mais perto da justiça“.
As primeiras acusações de agressões sexuais e violações contra o produtor de 66 anos surgiram em outubro de 2017, no âmbito do movimento #MeToo, em Hollywood, que levou as suas vítimas a identificarem-se e a divulgarem publicamente os abusos de que tinham sido alvo.
Fontes ligadas à investigação afirmaram à Associated Press que Weinstein poderá ser formalmente acusado de pelo menos um crime sexual, que remonta a 2004. Trata-se da queixa apresentada por Lucia Evans, uma atriz estreante na altura, que afirma que o produtor a forçou a fazer-lhe sexo oral.
A CNN avança que a procuradoria geral de Manhattan deverá acusar o produtor de violação em primeiro e terceiro grau num dos casos e de ato sexual de relevo em primeiro grau no outro. A mesma cadeia televisiva avança que Weinstein deverá ser presente em tribunal ainda esta sexta-feira.
No total, mais de uma centena de mulheres testemunhou que o produtor de Hollywood tinha abusado sexualmente delas, um escândalo que desencadeou a campanha #Time’sUp, que levou à queda de centenas de homens em lugares de poder de numerosos setores.
ZAP // Lusa