Há universitários a pagar a explicadores para fazerem os seus exames

O Diário de Notícias escreve esta quinta-feira que há estudantes universitários que pagam a explicadores ou professores externos para fazer ou ajudar a completar os seus exames, que agora são feitos online por causa da pandemia.

De acordo com o matutino, esta é uma tendência que cresceu à boleia da pandemia.

Com muitas provas a realizarem-se agora online, há muitos estudantes que procuram explicadores ou professores externos para os ajudarem nos exames.

A situação é denunciada por vários centros de explicações ouvidos pelo Diário de Notícias, que dizem ter recebido várias propostas neste sentido nos últimos meses e que dão conta que os estudantes estão dispostos a pagar quantias elevadas pelo serviço.

“Não sendo todos os dias, praticamente todos os dias me contactaram para isto (…) Perguntavam se dava explicações, mas quando começava a explicar melhor em que consistia, eles caíam em si e diziam mesmo: ‘Não era bem explicações que queria, mas ter um professor a ajudar-me a resolver o teste na hora‘”, contou ao diário Maxime Ventura, 34 anos, dono de um centro de explicações no centro da cidade do Porto.

Leonor Sousa, 53 anos, tem um centro de estudos na Boavista, no Porto, há 15 anos e confirma também que a procura por este serviço cresceu.

Dizendo que recebeu apenas dois novos alunos do Ensino Superior no seu centro para obterem explicações durante o período da pandemia, reconhece que a maioria “procura sobretudo é quem lhes faça os exames“.

Também Hélder Sousa, professor universitário, reconhece o fenómeno e acredita que este poderá ser de larga escala. “Muitas faculdades estão a fazer os exames online e não custa nada ter alguém ao lado que diga para fazer de uma determinada maneira. Temos um professor que tem recebido uma quantidade de propostas inacreditável”.

“Se aquilo de que tenho conhecimento for uma amostra estatística representativa, então estamos perante um fenómeno de grande escala“, disse ao DN.

Leonor Sousa diz que o seu centro não cede a estas propostas, mas reconhece que há “muitos professores desempregados que não olham a meios (…) principalmente durante a conjuntura socioeconómica que se começa a atravessar no país devido à pandemia”.