Uma equipa de cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, está a investigar a “morte” de uma placa tectónica sob o Oregon.
Tal como noticia o portal Science Alert, em causa está a placa tectónica Juan de Fuca, que surgiu de uma placa muito maior, a placa Farallón, que desliza sob a placa da América do Norte há dezenas de milhões de anos.
Os especialistas William Hawley e Richard Allen debruçam-se especialmente sobre um área sob o estado do Oregon, onde uma parte da placa parece estar a faltar.
Na verdade, e segundo explicou a equipa, a área em “falta” pode ser, na verdade, um “rasgo” que divide a placa a pelo menos 150 quilómetros de profundidade. Esta característica, sustentaram, “não apenas causa o vulcanismo na América do Norte, como também causa a deformação das secções ainda não-deduzidas da placa oceânica no mar”.
“Esta falha pode eventualmente fazer com que a placa se fragmente e o que restar dos pequenos pedaços vai juntar-se a outras placas próximas”, completaram.
Para chegar a esta conclusão, a equipa estou informações de 217 terramotos e mais de 30 mil ondas sísmicas, criando depois uma imagem detalhada da zona de subdução de Cascadia, uma falha na costa do Pacífico. A partir destes dados, os cientistas conseguiram identificar quais as partes das rochas é que pertenceram à placa de Juan de Fuca.
Graças a este procedimento, os cientistas sugeriram que o movimento da placa ao afundar, através do qual se pode deformar e dobrar, provoca o descolamento e separação das suas partes, resultando depois no rasgo acima mencionado.
A equipa nota que é necessário levar a cabo mais investigações para confirmar o funcionamento e desaparecimento da placa. Ainda assim, defendem os especialistas, o seu comportamento está relacionado com a atividade sísmicas a sul de Oregon e no norte da Califórnica, bem como com os padrões incomuns de vulcanismo verificados nas High Lava Plains, a sul de Oregon.
“O que estamos a ver é a morte de uma placa oceânica“, concluiu Hawley.
“De várias formas, quando estamos a olhar para estas coisas, estamos a olhar para trás no tempo”, disse a sismóloga Lara Wagner, do Carnegie Institution for Science, que não esteve envolvida no estudo, em declarações à National Geographic.
“Se não entendermos como é que estes processos funcionaram [no passado], onde podemos ver toda a história e estudá-la, então as nossas possibilidades de ver o que está a acontecer hoje e entender como é que isto pode evoluir no futuro são zero”.
Os resultados da investigação foram esta semana publicados na revista científica especializada Geophysical Research Letters.