O número de mortos causados pelo naufrágio de um navio perto da ilha são-tomense do Príncipe subiu para sete, existindo ainda 10 desaparecidos, disse fonte do governo regional.
“Mais um corpo sem vida, de uma criança, acaba de ser retirado do mar. Assim sendo sobe para sete o número de mortos confirmados e descem para 10 os desaparecidos”, divulgou ao final da tarde de hoje fonte do gabinete do presidente do governo regional do Príncipe, José Cassandra, numa mensagem na rede social Facebook.
Entre os dez desaparecidos no naufrágio, há duas portuguesas e um francês, segundo informaram fontes governamentais à Lusa. Os mortos são quatros adultos e três crianças. As autoridades conseguiram resgatar 55 pessoas com vida.
O executivo regional, que se reuniu esta à tarde na sequência do acidente, decretou três dias de luto e suspendeu as festividades do Dia da Autonomia da região, que se celebraria este fim de semana, adiantou a mesma fonte.
O navio “Amfitriti” fazia a ligação entre as ilhas de São Tomé e do Príncipe, uma viagem que dura entre seis e oito horas, e naufragou às primeiras horas da manhã de hoje, já próximo da ilha do Príncipe. O primeiro socorro às vítimas foi feito por barcos particulares, nomeadamente de pescadores.
Também o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento (MRCC) de Lisboa prestou apoio às autoridades de S. Tomé e Príncipe nas operações, após contacto com o navio patrulha português NRP Zaire, em missão naquele país, com uma guarnição constituída por militares portugueses e são-tomenses, que navegou de imediato para o local do naufrágio.
A bordo do NRP Zaire seguiu uma equipa de mergulhadores da Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe e uma equipa médica que se junta ao enfermeiro do navio português e é constituída por um médico e um socorrista do Exército de São Tomé e um enfermeiro da Guarda Costeira local.
O navio “Amfitriti” tinha zarpado do porto de São Tomé com destino à cidade de Santo António e adornou já perto da ilha do Príncipe, afundando-se em seguida. Suspeita-se que o excesso de carga possa estar na origem do naufrágio. O navio é habitualmente utilizado por residentes da ilha do Príncipe, que se deslocam à capital para fazer compras.
Este é o terceiro acidente marítimo grave na ligação entre as duas ilhas. Há cerca de dois anos, o navio “Ferro-Ferro” desapareceu com pelo menos 12 passageiros e tripulantes, não se sabendo até hoje exatamente o que aconteceu.
Há cerca de dois meses, uma outra embarcação ficou à deriva no alto mar durante perto de cinco horas, por falta de combustível, com mais de 51 passageiros a bordo.
// Lusa