“HILLARY: The Hillary Clinton Emails” é o nome de uma exposição criada por Kenneth Goldsmith. Reúne os 30 mil documentos que foram fonte de polémica durante a campanha presidencial de 2016 e a ex-candidata democrata visitou-a esta semana.
Fonte de polémica política, os e-mails passaram recentemente a conteúdo artístico pelas mãos de Kenneth Goldsmith. Os 30 mil emails enviados por Hillary Clinton a partir de um servidor pessoal enquanto Secretária de Estado – matéria usada por Donald Trump como principal ataque contra a sua oponente durante a campanha presidencial dos Estados Unidos de 2016 – são a base da mostra “HILLARY: The Hillary Clinton Emails”.
A ex-candidata democrata esteve em Veneza, no Despar Teatro Italia, onde se deixou fotografar. Sentada atrás de uma secretária, uma réplica da Resolute Desk que existe na Sala Oval, Clinton demorou-se algum tempo a ler os emails, tendo voltado a abordar o assunto durante uma entrevista concedida a um canal de televisão italiano.
A ex-candidata voltou a abordar o assunto para criticar novamente a controvérsia, que continua a classificar como “desnecessária”. “Foi e ainda é um dos mais estranhos e absurdos casos da história política americana”, afirmou. “E qualquer pessoa pode entrar na exposição, olhar para eles e ver: não contêm nada de errado.”
Hillary Clinton esteve no Despar no âmbito de uma visita privada e partilhou no Twitter uma fotografia manuseando as cópias dos emails. “Encontrei os meus emails na Bienal de Veneza. Alguém alerte o Partido Republicano”, brincou.
Outras imagens foram partilhadas por Kenneth Goldsmith, que anteriormente tinha já explicado que pretendia com a impressão destes documentos tornar tangível o que, supostamente, está escondido na Internet.
O presidente Donald Trump fez do uso de servidores de email privados de Hillary Clinton durante o seu mandato como secretária de Estado um ponto focal da sua retórica da campanha presidencial de 2016. A investigação do FBI constatou que, dos 30 mil e-mails que Clinton forneceu ao Departamento de Estado a partir do seu servidor em 2014, 110 continham informações classificadas no momento em que foram enviados ou recebidos.
A agência não recomendou acusações contra Clinton, embora o então diretor do FBI James Comey a tenham repreendido – a ela e aos seus assessores – por serem “extremamente descuidados”.
A mostra foi inaugurada em maio e manter-se-á aberta ao público até novembro.