A Royal Astronomical Society e a UK Space Agency começaram uma busca pelas Árvores Lunares – árvores cultivadas a partir de sementes lançadas ao redor da Lua pelo astronauta da NASA Stuart Roosa na missão Apollo 14 em 1971.
O astronauta da NASA Stuar Roosa levou cerca de 500 sementes de árvores como sicómoro e Pinus taeda – uma espécie de pinheiro – para a missão Apolo 14 em 1971.
Embora a maioria delas tenha sido, depois, plantada nos Estados Unidos, cerca de 15 árvores podem ter vindo para o Reino Unido, segundo explicou Steve Miller, vice-presidente da Royal Astronomical Society, no programa Gardeners, da BBC Radio 4.
Se as árvores resultantes ou os seus descendentes pudessem ser rastreados, poderiam ser plantadas para marcar, de forma atrasada, o bicentenário da Royal Astronomical Society, que foi comemorado em 2020.
Um mês depois do programa, Miller tem procurado as árvores, mas em vão.
Kew Gardens e o Jodrell Bank Arboretum não têm registos das sementes que supostamente vieram para o Reino Unido.
Segundo um comunicado, foi prometido à Royal Astronomical Society um corte de uma Árvore Lunar de segunda geração, que está a crescer num jardim privado na vila de Flamstead, em Chiltern Hills, a norte de Londres.
Estamos extremamente gratos por isso. Mas ainda queremos saber se alguma semente da Apollo 14 chegou ao Reino Unido e – em caso afirmativo – o que lhe aconteceu?”, explicou Miller.
A NASA enviou as sementes para o Espaço para investigar se e em que medida a microgravidade afeta as plantas. A investigação sobre os potenciais efeitos ainda está em andamento.
Em 2015, dois quilogramas de sementes passaram seis meses a bordo da Estação Espacial Internacional (EEI) com o astronauta britânica da Agência Espacial Europeia (ESA) Tim Peake. Quando as sementes regresaram à Terra em 2016, crianças de escolas e grupos de todo o Reino Unido participaram numa experiência para ver se a radiação no Espaço, que é até 100 vezes mais poderosa do que na Terra, afetaria a germinação das sementes.
Os resultados mostraram que, embora as sementes de rúcula crescessem mais lentamente e fossem mais sensíveis ao envelhecimento, continuavam a ser viáveis.
O Reino Unido é o lar de sete macieiras que também cumpriram a missão de uma vida quando viajaram para a EEI com Peake. A Agência Espacial do Reino Unido cultivou as sementes da própria árvore que inspirou Newton a descobrir a gravidade.
“Enviar sementes para o Espaço ajuda-nos a entender o efeito do ambiente único na composição biológica das sementes. Compreender os efeitos do Espaço nas sementes não germinadas será vital para futuras missões espaciais, inclusive quando quisermos sustentar a vida humana além da Terra”, disse Libby Jackson, responsável de Exploração Humana da Agência Espacial do Reino Unido.
Existem atualmente mais de 60 Árvores Lunares cultivadas a partir das sementes da missão Apollo de 1971 na Terra.