Guterres exige fim de ataques “suicidas” a centrais nucleares. Rússia implanta minas antipessoais no Donbass

Eric Bridiers, US Mission Photo / Wikimedia

António Guterres, Secretário-Geral da ONU

O secretário-geral da Organização das Unidas (ONU), António Guterres, classificou no domingo qualquer ataque a centrais nucleares como “suicida” e pediu a suspensão das operações militares junto de Zaporijjia e a abertura da central ucraniana à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

Na sexta-feira, as autoridades ucranianas acusaram as forças russas de três ataques perto de um reator de Zaporijjia, embora Moscovo controle este território desde o início da ofensiva. Por sua vez, o exército russo disse que os ucranianos estão na origem desses ataques, que provocaram um incêndio entretanto extinto.

Um dos reatores da central nuclear foi fechado, anunciou a empresa de energia atómica ucraniana no sábado, após os ataques.

Kiev garante que o exército russo armazena armas pesadas e munições no interior do complexo nuclear. A AIEA considerou, no sábado, “cada vez mais alarmantes” as informações sobre a central de Zaporijjia.

Segundo avançou esta segunda-feira a agência Interfax, citando o chefe da administração local nomeada pela Rússia, a central está a funcionar normalmente.

Ucrânia atingiu bases e pontes em ataques noturnos

A Ucrânia realizou ataques de longo alcance em bases de tropas russas e duas pontes importantes sobre o rio Dnipro durante a noite, informaram nesta segunda-feira autoridades ucranianas, citadas pela agência Reuters.

Os ataques atingiram as duas únicas travessias que a Rússia tem para o bolsão do território ucraniano na margem ocidental do vasto rio Dnipro, disse Natalia Humeniuk, porta-voz do comando militar do Sul da Ucrânia. “Os resultados [dos ataques] são bastante respeitáveis, golpes nas pontes Antonivskyi e Kakhovskyi”, referiu.

Kirill Stremousov, vice-administrador municipal de Kherson, nomeado pela Rússia, disse à Interfax que não houve “danos críticos” resultantes deste último bombardeamento, não tendo avançado quando a ponte poderá reabrir.

Os ataques ucranianos com Himars também atingiram várias bases militares na cidade de Melitopol, no Sul da Ucrânia, ocupada pela Rússia, matando tropas e destruindo equipamentos, revelou o presidente da câmara que se encontra atualmente exilado.

“De acordo com estimativas preliminares, uma quantidade significativa de equipamento militar foi destruída”, escreveu o autarca Ivan Fedorov no Telegram.

Rússia com minas antipessoais no Donbass

É muito provável que a Rússia esteja a implantar minas antipessoais ao longo das suas linhas defensivas na região do Donbass, na Ucrânia, revelou nesta segunda-feira o Ministério da Defesa do Reino Unido, sem citar provas.

Em Donetsk e Kramatorsk, a Rússia provavelmente tentou implantar minas antipessoais dispersáveis ​​PFM-1 e PFM-1S. Estas são “armas profundamente controversas e indiscriminadas”, acrescentou o relatório.

Por sua vez, o Ministério da Defesa ucraniano apontou um total de 42.340 baixas nas forças russas desde o início da guerra.

Quatro navios com cereais

Mais quatro navios de transporte que estavam retidos desde o início da guerra zarparam no domingo dos portos ucranianos de Odessa e Chornomorsk, no mar Negro, no âmbito do acordo assinado por Kiev e Moscovo com a mediação da ONU e da Turquia para retomar as exportações de cereais.

Entre os navios está o Glory, com 66 mil toneladas de milho para Istambul, e o Riva Wind, com 44 mil toneladas para Iskenderun da Turquia. Há ainda o Star Helena, que transporta 45 mil toneladas de farinha com destino à China, e o Mustafa Necati, com 6 mil toneladas de óleo de girassol para Itália, informou o Ministério da Defesa turco.

O primeiro cargueiro a zarpar dos portos ucranianos ao abrigo do acordo entre a Rússia e a Ucrânia, o Razoni, que partiu de Odessa na última segunda-feira, chegou no domingo ao seu destino, o porto libanês de Tripoli.

Taísa Pagno , ZAP //

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