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Guerra entre polícias e SEF (com acusações de “racismo” e “desespero”)

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O Sindicato da Carreira de Chefes da PSP desafia o director nacional desta polícia a apresentar uma queixa-crime contra um dirigente sindical do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) que falou em “problemas estruturais de xenofobia e racismo” nesta força de segurança e na GNR.

Numa carta aberta a Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente do sindicato que representa os inspectores do SEF, Acácio Pereira, pediu, na passada terça-feira, que evite a extinção deste serviço e que defenda o interesse nacional.

Nessa mesma carta, Acácio Pereira criticou a transferência das competências policiais para a PSP e a GNR, afirmando que estas forças “têm problemas estruturais de xenofobia e de racismo“.

As associações da PSP e da GNR reagiram, classificando estas declarações como “infelizes” e considerando que demonstram “desespero”.

O presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), César Nogueira, refere à agência Lusa que as afirmações são “infelizes” por tentarem “passar a ideia de que na GNR existe racismo e xenofobia“.

Além disso, demonstram “uma precipitação por parte do presidente do sindicato do SEF” e “denotam um certo desespero e como quase que a última cartada para que o SEF não seja extinto”, aponta ainda César Nogueira.

Também o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Santos, diz à Lusa que a afirmação do dirigente sindical do SEF passa “por um estado de espírito de desespero” e “não corresponde à realidade da PSP”.

“Foram infelizes e deixaram os profissionais da PSP indignados e em nada corresponde à realidade. Parece uma precipitação”, sustenta ainda Paulo Santos.

E uma vez que muitos dos profissionais do SEF vão ser integrados na PSP, as afirmações “em nada ajudaram a incorporação dos elementos do SEF na Polícia de Segurança Pública”, aponta também.

“Vila Nova de Milfontes foi um caso isolado”

Na carta aberta, publicada no Diário de Notícias, o dirigente sindical do SEF aborda a questão do posto territorial de Vila Nova de Milfontes, referindo que “há membros dessas forças a cumprirem penas de prisão efectiva e preventiva por práticas de tortura e de milícia patronal de imigrantes“.

O presidente da APG/GNR considera que o racismo e a xenofobia “não são uma questão estrutural” na GNR, salientando que existem “casos isolados”.

“O exemplo que deu de Vila Nova de Milfontes foi um caso isolado, foi detectado, existe processo em tribunal e suspensões de serviço. Sempre que existem situações dessas, a Guarda tem agido e tem agido muito bem”, acrescenta, frisando que Acácio Pereira “não devia atacar as estruturas parceiras”.

“SEF a fazer tudo para não ser extinto”

O vice-presidente do Sindicato da Carreira de Chefes da PSP, Rui Silva, também critica as declarações do dirigente sindical do SEF, realçando na TSF que “há aqui afirmações que não são toleráveis num espaço democrático”.

“Nós compreendemos que o SEF esteja a fazer tudo para que o SEF não seja extinto. O que não compreendemos nem podemos aceitar é que não haja limites. A extinção ou não extinção do sindicato do SEF não pode passar por ofender ou não colegas de profissão. Isso não podemos aceitar”, destaca ainda Rui Silva.

“Há um limite e nós entendemos que os representantes do sindicato do SEF ultrapassaram esse limite, o que para nós é intolerável”, destaca ainda Rui Silva, revelando na TSF que o Sindicato vai reportar o caso ao director nacional da PSP, a quem compete agir no sentido de uma queixa-crime “pelas ofensas que são dirigidas a um grupo de profissionais”.

A extinção do SEF foi adiada até à criação da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo (APMA), não existindo uma data para tal acontecer.

Esta foi já a segunda vez que a extinção do SEF, decidida pelo anterior Governo e aprovada em Novembro de 2021 na Assembleia da República, foi adiada e aprovada no Parlamento.

A lei determina que as actuais atribuições em matéria administrativa do SEF relativamente a cidadãos estrangeiros passam a ser exercidas por uma nova instituição, a APMA, e pelo Instituto dos Registos e do Notariado, além de serem transferidas as competências policiais para PSP, GNR e Polícia Judiciária.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. não somos nada racistas…
    infelizmente houve-se muito boa gente dizer que não é racista mas depois na prática…
    se virem um cigano ou romeno ao longe no passeio até passam para o outro lado da rua

    depois temos alguns da “alta” que dizem não ser nada mas vivem no seu castelo com seguranças… se alguma vez forem sequer abordados por pessoas de outra etnia a opinião logo vai mudar…

    eu digo que sou racista pois não gosto dos ciganos e de romenos… lamento mas é verdade e custa andar a pagar impostos para o estado manter essa gente que nada faz em prol do estado. apenas atuam com o objetivo de ir ao estado buscar tudo e mais alguma coisa… casa gratis, RSI, etc…, etc…
    um pobre porque trabalha e declara tudo o que recebe depois fica sem qualquer apoio do estado… e acham que não devemos ser racistas?

    estas etnias sabendo o que se pensa deles tudo fazem para lucrar com isso!!! nas filas passam à frente de todos e ainda mandam vir, andam na estrada com carrinhas todas velhas e nem a policia os manda parar, roubam sem preocupação porque sabem que são logo livertados, recebem casas e RSI para ter os filhos na escola mas como não interessa depois só destabilizam a comunidade escolar, andam muitas vezes com carros espanhois para não pagarem nada…
    enfim…

  2. É com cada uma !!!
    Os sindicatos são outras estruturas como as IPSS e fundações sem controlo; tanto assim que a profissão de muito desses artistas conhecidos é ser sindicalista…
    Mas afinal para que é preciso o SEF se qualquer um pode ir à Polónia buscar um ou mais Ucranianos e trazê-los para cá sem passar cavaco a ninguém ?
    Agora extinguir o SEF e dividir as respectivas competências foi precipitado, pouco estudado, enfim o habitual.
    Mas, por este andar, vou ter que dizer aos meus filhos e netos que o que está a dar é concorrer para a GNR; podem ser polícias, bombeiros, mergulhadores, marinheiros, cavaleiros, operacionais de intervenção, patrulheiros e agora controladores das fronteiras ( não sei se me esqueci de algo, mas é natural)

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