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Demissão do Governo corre pelos bastidores do PS. E a culpa é da guerra com os professores

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Tiago Petinga / Lusa

António Costa e Mário Centeno

O Governo do PS vê-se num beco sem saída na guerra com os professores, com os demais partidos alinhados na ideia de que é preciso ceder às pretensões dos docentes na contabilização do tempo de serviço. Ora, ceder abre um precedente tão grave para as contas públicas que há rumores de eventual demissão do Governo.

A Assembleia da República discutiu nesta terça-feira, em plenário, pedidos de apreciação parlamentar ao decreto do Governo de contabilização parcial do tempo de serviço dos professores.

O diploma do Governo é contestado por PSD, CDS-PP, PCP, Bloco de Esquerda e PEV, estando as votações agendadas para esta quarta-feira.

O debate parlamentar foi marcado pela notícia da Rádio Renascença que anunciou que o Governo estaria a ponderar a demissão, caso os deputados aprovem a reposição total do tempo de serviço congelado aos professores.

Citando “um dirigente socialista próximo do primeiro-ministro António Costa”, a Renascença frisa que a possibilidade de demissão do Executivo está em cima da mesa porque “a resposta que for dada aos professores terá de ser dada também a outras carreiras”, o que seria “insustentável” para as contas públicas, como vincou a secretária de Estado da Administração e do Emprego Público, Fátima Fonseca, no Parlamento.

“O que está em causa é a sustentabilidade das finanças públicas e não a sustentabilidade do Governo”, vincou em declarações à agência Lusa uma fonte do executivo, descartando a hipótese de demissão do Governo.

Mas o Público apurou junto de fonte da bancada parlamentar socialista que a demissão estará mesmo a ser ponderada e que “tem sido um assunto discutido no seio do Governo”.

O dirigente socialista citado pela Renascença reforça que “é mesmo preciso dramatizar” este assunto caso o Parlamento aprove a contabilização dos 9 anos, 4 meses e 2 dias exigidos pelos professores. O Executivo está disposto a contar apenas 2 anos, 9 meses e 18 dias.

Perante este potencial cenário de demissão do Governo, o líder da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, é bastante pragmático. “A única coisa que podemos dizer é bye, bye“, atira este responsável citado pelo Jornal de Notícias.

A maior derrota de Costa (e complica contas de Centeno)

Neste momento, é certo que PSD, CDS-PP, PCP e Bloco de Esquerda estão do lado dos professores, com o PS isolado do outro lado da barricada. As votações desta quarta-feira não devem, contudo, ser definitivas, já que não há um acordo global quanto à forma como a contabilização deve ser feita, se de imediato ou faseadamente.

Essa discussão deverá baixar à Comissão Parlamentar de Educação, onde se espera que haja uma decisão final até 15 de Maio, altura em que os trabalhos são suspensos no Parlamento por causa das eleições europeias.

Se os professores ganharem este braço de ferro, como parece provável, o Governo de António Costa sofrerá a maior derrota da legislatura e terá que encarar o futuro com preocupação. É que abrir a porta aos interesses dos professores, levará a que outras carreiras especiais exijam o mesmo tratamento, o que sairá caro aos cofres públicos.

A contagem integral do tempo de serviço congelado em todas as carreiras especiais tem um custo anual de 800 milhões de euros, dos quais cerca de 645 milhões de euros dizem respeito aos professores, como revelou a secretária de Estado da Administração e do Emprego Público no Parlamento.

Este valor será “um esforço insustentável para a administração pública”, frisou Fátima Fonseca, insistindo na ideia de que a proposta de recuperação parcial do tempo de serviço é a que garante a sustentabilidade das contas públicas.

SV, ZAP // Lusa

27 Comments

  1. A culpa é dos professores, a culpa é vossa porque quando estão no governo só fazem M—- Devido ao que aconteceu á quase 2 anos que foi uma geringonça total c/ administração interna e c/ a situação dos incêndios e mortes. O ano passado idem e um numero enorme de situações que este xuxas tem por habito fazer e não é nada c/ eles, parece que não se passa nada. São é INCOMPETENTES p/ governar, eles sabem é governar-se a eles e aos familiares, amigos e compinchas. VERMES.

    • A tua resposta demonstra bem a pouca inteligência que tens!
      Não sou de direita ou esquerda, tenho ideias próprias, mas tu demonstras bem esse clubismo e fanatismo politico.
      xuxas xuxas, e não é pouco…

      • Esta Ana Isabel… É uma xuxialista com palas e depois ainda tem lata de vir para aqui com um discurso de clubites partidárias. Ó Ana Isabel… vá massajar a quinta pata do cavalo!

      • Esta Ana Isabel tem levado tanta porrada e mesmo assim ainda estrebucha. Esta deve ter qualquer benesse do indiano. Esta está feita ao bife. Nem Santo António a safa.

      • Quem mais tem XUXADO nestes quase 50 anos de democracia é o PS. Para roubalheira é o campeão, assim como é o campeão das bancarrotas (três).

  2. A oposição tem duas na manga, cair nas boas graças dos professores e fazer com que o governo não faça um brilharete com o défice criando um desequilibro orçamental de forma completamente irresponsável.
    Os professores vão ter reconhecido o tempo total, mas de forma gradual, como de resto faz sentido.
    Não se pode obrigar um pais a cair num desvio orçamental com tudo o que isso acarreta, em função de caprichos politicos!
    Os professores têm de acalmar os cavalinhos, até porque a maioria dos portugueses andou anos sem ter aumentos e agora as empresas também não vão aumentar tudo o que ficou para trás.
    Em tempo de crise o meu patrão não me aumentou, disse que para manter os postos de trabalho tinha de ser assim. Nós não tivemos alternativa senão aceitar, no entanto agora que estamos em plena recuperação económica, o meu patrão não me vai devolver os aumentos dos anos anteriores.
    Quem são os professores para me obrigarem a pagar-lhes aquilo que eu e outros Portugueses não tivemos direito?

    • Concordo perfeitamente com a sua análise.
      Também fui bastante prejudicada e não me foi devolvido o que perdi. E se fizesse greve como fazem os Srs da Função Pública decerto que já não tinha emprego

    • Brilharete com o défice ? O défice real está na pobreza cada vez maior deste nosso Portugal. Aí é que está o verdadeiro défice. Com esta cambada para onde caminhamos ?

    • “Um pais não pode cair num desvio orçamental com tudo o que isso acarreta”. São palavras desta Ana Isabael que deve estar a pensar naquilo que, precisamente, o governo socialista fez (com Sócrates), que nos levou à bancarrota e ao consequente esforço de todos os portugueses, para salvar o país. Portanto, como se vê, não há vergonha neste gente. Quando abrem a boca só dizem mal deles próprios, tal a quantidade de desatinos políticos e roubalheiras com que nos têm brindado, ao longo deste período democrático.

      • Deves estar a ver mal a coisa!
        Eu não sou do partido xuxialista, do partido xuxial democrata, CDS PIPI’s, comunas ou até Bloquista… não me identifico com a mixordia que prai vai.
        O Socas foi uma bela prenda isso foi, mas não foi o único e dos governos anteriores temos outras prendas tanto no centro direita como no centro esquerda.
        A bagunça veio-se acumulando ao longo dos tempos e essa é a verdade!

      • Isabel, estás a olhar para a situação com racionalidade e inteligência enquanto a maior parte dos que venhem aqui opinar estão numa lógica de brincadeira infantil. Porém, a questão é séria. Quando o Sócrates fez os aumentos todos, e isto já foi para responder ao crescimento do BE, restou-nos um aproveitamento do PSD que conduziu ao troikismo. Agora querem estrategicamente forçar o Costa ao mesmo para conseguirem recuperar o Rio e a Cristas (que belo casamento!). Hão-de lá ir, hão-de.

    • Em plena recuperação económica??? Rsrrsrsrsrssrrrrssssssssssssssssssssssssssrrsrsrsrrsrsrrsrrsrsrsrrsrsrsrsrrsrsrsr. Ai que não aguento mais…!

  3. Votem nesta espécie de governo e terão:
    -passes sociais mais baratos em lisboa e porto. o restante povão vai pagando impostos
    -a sorte de ter combustível nas bombas em lisboa e no porto o restante povão que pague impostos e vá a Espanha a abastecer.
    -e não haverá requisição para os fenprofs ainda que esteja em causa o futuro de uma geração com esta espécie de profs.

    • E se fosse só isso caro Paulo, estávamos todos bem. O pior é que quem votar nesta gente vai andar a discutir o que realmente interessa aos portugueses como o cartão de cidadania, a mudança de sexo aos 16 anos sem consentimento dos pais e por aí fora.
      E quem votar nesta gente sabe que nunca cresceremos em condições. Somos dos últimos em toda a europa. E quem votar nesta gente saberá que lhe vão ao bolso como nunca na história de Portugal foram ao bolso do contribuinte

      2018 FOI O ANO DE MAIOR CARGA FISCAL DESDE QUE HÁ REGISTOS, OBRIGADO PS, BE E PCP

  4. Já fostes!…
    .
    Mas vão ter que ir a nado, por causa da falta de combustível…
    .
    Não deixaria de ser risível que um barco tão eficiente e tão competente encalhe no mar das suas próprias habilidades, e seja cinicamente aplaudido pelos marujos do BE e do PCP.
    .
    Estas políticas medíocres são o reflexo de um povo tanso e manso.

  5. E Agora Geringonça.
    Tens um 1º ministro que não ganha eleições e um apoio de quem não trabalha nem sabe, não produz e… só fala em trabalhadores.
    Pobre Portugal… quem nos Salva…

  6. Isto não é uma questão de um só governo ou partido. Assim, quem votar a favor ou contra o descongelamento total, tem certamente uma solução responsável para o problema e irá assumir as suas consequências. No centro desta divergência está a estratégia do sindicato da CGTP (Mário Nogueira) que pretende evitar que os professores do ensino básico e secundário tenham uma carreira com as exigências de progressão que têm os outros funcionários públicos qualificados, como os juízes, os professores universitários, os técnicos superiores (engenheiros, economistas, juristas, etc). Mário Nogueira quer transformar a classe dos professores do ensino básico e secundário num conjunto de assalariados que não exigem uma profissão com as exigências técnicas modernas e, como tal, perdem gradualmente o reconhecimento que o seu importante papel na sociedade deveria merecer.

  7. Ainda não percebi porque cargas de água é que só neste governo (deixei de ter cor política à muito tempo)
    cai “o carmo e a trindade” a fazer greves, paralisações e coisa que valha, são os professores, os enfermeiros, os juízes, os estivadores, os médicos, agora os motoristas, se esqueci de alguns, não levem a mal, mas já é tanta coisa que não dá para lembrar de todos os intervenientes. Porque razão não foram todos à uma a fazer o mesmo em governos anteriores. A continuar neste ritmo alucinado não há recuperação económica que vá aguentar tanta reivindicação. Ter direitos é muito bom, mas reivindicar com critério, com calma e aceitar o que se pode receber, para as coisas não descambarem de vez. A maior luta a fazer é contra a corrupção e outros tantos “arranjinhos” e reformas super chorudas para que haja uma Segurança Social sustentável, é só uma ideia (a ser contestada por muitos)

    • A culpa é inteirinha de um populista chamado António Costa. Por isso é que o povo não confiou nele nas últimas legislativas, dando-lhe a derrota eleitoral. E tinha razão. Esta convulsão toda que hoje existe no país é culpa dele. Foi ele que praticamente “institucionalizou” a viragem da página da austeridade e a recuperação quase instantânea dos rendimentos que os portugueses perderam em consequência da bancarrota socialista de Sócrates. Portanto é este Costa que tem que suportar e resolver este problema gravíssimo que ele criou. É em função disso que se fundamenta a razão do povo, para atuar, na procura da sua melhoria de condições de vida. Costa, com a sua 3ª derrota seguida, politicamente estava morto. Salvou-se, in extremis, com esta jogada política da geringonça. Só que isso tem custos. Agora tem que mostrar se é capaz de arranjar solução para eles.

  8. vota ps que a crise ninguém a esquece. nunca houve tantas greves com um “governo estável” como com este e porquê ? há aqui mão do PCP ? milhões e milhões para os bancos, reposição de tudo e mais alguma coisa do tempo da troika, aumentos dos funcionários públicos e aumento do número de funcionários na administração pública, cativações em massa para reduzir o défice, SNS uma miséria, descontos sociais nos passes para o povo mais desfavorecido, outras coisas que nós nem imaginamos, já nem falo na incompetência no combate aos fogos, amiguismo total e absoluto em tudo o que é máquina do estado, um ministro dos transportes totalmente incompetente é cabeça de lista nas europeias (foi o modo de o despachar para bem longe) e claro que um país como o nosso não aguenta tal coisa, não há “fundos” para tanta despesa e aquilo que parecia ser uma maioria absoluta segura há um ano vai pelo cano e é bem feito.

  9. Brilharete com o défice? Estes dois manhosos que estão na fotografia fazem brilharete mas é com os serviços públicos, com o investimento público ainda mais baixo do que nos tempos da troika que eles foram chamar. Brilharete com os transportes e com os comboios podres e a cair aos bocados. E brilharete com as estradas do Alentejo.

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