Greves varrem país esta sexta-feira. Escolas, hospitais e justiça com perturbações

Reprodução / Faceboook

Contestação social motiva a convocação de mais ações de protesto que se têm sobreposto e abrangido múltiplos setores de atividade. 

Esta sexta-feira promete ser um dia complicado para quem esteja dependente de serviços público para solucionar problemas. Uma greve convocada pela Frente Comum promete paralisar o país na tentativa de fazer chegar ao Governo de forma mais premente as reivindicações dos funcionários públicos. No topo das queixas estão os salários, que não acompanham a subida do custo de vida — o aumento mais recente cifrou-se nos 3,6% quando a inflação já estava nos 8%.

Outra das reivindicações tem que ver com o Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração Pública (SIADAP). “A nossa expectativa é de que o Governo aceite as nossas propostas e acabe com as quotas que deixam 75% dos trabalhadores à espera de progredir“, disse ao jornal Público o coordenador da Frente Comum.

Na educação, a expectativa é que muitas escolas fechem perante a ausência de pessoal docente e não docente. Os pré-avisos de greve emitidos pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas não previam a existência de serviços mínimos, algo que não foi contestado pelo Ministério da Educação e das autarquias.

No entanto, com a greve convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (Stop) a decorrer, é possível que alguns diretores aleguem a necessidade de cumprir os serviços mínimos previstos para essa paralisação.

No setor da saúde, a greve inclui enfermeiros, assistentes técnicos e operacionais e técnicos de diagnóstico, sendo fácil de antecipar anomalias no funcionamento de centros de saúde e hospitais. Os médicos não aderiram ao protesto, já que a Federação Nacional dos Médicos nem outro sindicato que represente a classe emitiu um aviso de greve. Mesmo assim, as perturbações deverão ocorrer ao nível das consultas e dos exames médicos.

São ainda esperadas perturbações na justiça, nos serviços de segurança social e nos registos, com concentrações agendadas. Ainda antes de a maioria dos portugueses ter saído de casa, os efeitos da greve já se faziam sentir, por exemplo, na recolha do lixo, quando muitos dos turnos já sofriam perturbações. Também os trabalhadores da administração local aderiram à greve, pelo que o atendimento ao público e o abastecimento de água poderão ser afetados.

O país depara-se ainda com greves que não estão associadas à convocada pela Frente Comum, como é o caso do protesto do Sindicato dos Trabalhadores dos Imposto, e que tem causado constrangimentos nas repartições de Finanças, nos serviços de atendimento de inspeção ou de controlo.

Hoje é ainda o último dia de greve dos maquinistas da CP, a qual teve início a 10 de março e causou muitos constrangimentos a quem pretendia deslocar-se nos serviços urbanos, regionais e de longo curso.

ZAP //

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