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Grécia prepara o regresso aos mercados no 2º semestre de 2014

Pedro Szekely / wikimedia

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O ministro das Finanças da Grécia afirmou hoje que o país está a preparar o regresso aos mercados, com emissões de dívida de médio e longo prazo no segundo semestre de 2014.

“Estamos a preparar o regresso aos mercados no segundo semestre de 2014” e, “segundo o Organismo de gestão da dívida, proceder-se-á à emissão de obrigações a cinco anos”, afirmou Yannis Stournaras numa entrevista publicada hoje no semanário grego Realnews e citada pela agência France Press.

Impossibilitada, desde o início da crise da dívida soberana, em 2010, e devido ao recurso ao programa de ajuda financeira da União Europeia e Fundo Monetário Internacional, de recorrer a emissões de médio e longo prazo, a Grécia apenas tem podido emitir ações do Tesouro a curto prazo.

Na entrevista ao semanário grego, Stournaras sublinhou, contudo, que o retorno aos mercados apenas será possível se a Grécia conseguir obter um excedente orçamental primário (excluindo o serviço da dívida) e regressar ao crescimento em 2014.

Nas suas previsões orçamentais, o Governo grego aponta para um excedente primário de cerca de 3.000 milhões de euros em 2014 (que se segue ao excedente de 812 milhões deste ano) e para um crescimento de 0,6% do produto interno bruto (PIB), após seis anos de recessão profunda.

Contudo, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) antecipa a manutenção da recessão grega no próximo ano, com uma contração da economia na ordem dos 0,4%.

“A OCDE é uma das poucas entidades que mantém reservas sobre a retoma. No entanto, e tal como numerosos analistas, nós acreditamos no regresso ao crescimento, ainda que débil”, sustenta Stournaras.

Segundo o ministro, a Grécia não terá necessidade de um novo plano de ajustamento a partir de julho, altura em que o atual (e segundo) programa termina e cuja aplicação, desde 2010, permitiu ao país beneficiar de linhas de crédito num montante superior a 240 mil milhões de euros.

No entanto, recordou Yannis Stournaras, Atenas aguarda ainda uma nova reestruturação da dívida pública, o que deverá passar por “uma redução significativa das taxas de juro e por um prolongamento dos prazos de reembolso da dívida”.

O debate sobre esta questão “deverá começar antes das eleições europeias, mas só ficará concluído já depois destas”, acrescentou.

/Lusa

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