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Grávida internada no Hospital de Santa Maria perde o feto

A administração do Hospital já abriu um inquérito para averiguar se o caso estará relacionado com a falta de assistência de enfermeiros parteiros, devido ao protesto.

Os enfermeiros parteiros voltaram ao protesto de zelo e na primeira noite uma grávida perdeu o bebé no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. As duas circunstâncias podem não estar associadas, mas a administração do hospital já avançou para um inquérito a fim de averiguar se houve falta de cuidados prestados à paciente.

Segundo o Expresso, a mulher tinha uma gravidez de risco e estava internada, foi assistida durante a noite mas ao início da manhã desta sexta-feira sofreu uma perda de sangue, vindo a confirmar-se a morte do feto.

O administrador do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Carlos Martins, confirmou o caso, adiantando apenas que pediu a abertura de um processo de inquérito rápido, em cinco dias, e uma autópsia ao feto, dando conhecimento das diligências à Inspeção Geral das Atividades em Saúde.

As averiguações visam, desde logo, apurar se a mulher foi vítima de um comportamento negligente dos profissionais de enfermagem especialistas em saúde materna e infantil, que às 8 horas da última quinta-feira retomaram o protesto de zelo, recusando-se a prestar cuidados especializados.

O protesto dos enfermeiros parteiros está a criar dificuldades na prestação de cuidados no Hospital de Santa Maria e a partir desta sexta-feira há ordens para transferir as grávidas de risco e as mulheres para interrupção voluntária da gravidez (IVG) logo que falte capacidade de resposta.

O administrador explica que a segurança tem de ser garantida e que os constrangimentos na enfermagem especializada em saúde materna e obstetrícia devido ao protesto destes profissionais obriga a recorrer a outros hospitais públicos e privados, neste caso sobretudo para as situações de IVG.

Os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia voltaram quinta-feira de manhã a interromper as suas funções especializadas, o que poderá ainda afetar blocos de parto e maternidades.

Segundo Bruno Reis, porta-voz do movimento dos Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia, trata-se de um regresso ao protesto que decorreu em julho e que tinha sido interrompido para negociações com o Governo.

Em causa, estará o facto de cerca de dois mil enfermeiros especialistas recebem como se prestassem serviços de enfermagem comum.

ZAP //

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