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Grandes devedores do Novo Banco e da CGD estão insolventes

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José Sena Goulão / Lusa

António Ramalho, presidente do Novo Banco

Duas grandes devedoras do Novo Banco e da Caixa Geral de Depósitos foram recentemente declaradas insolventes. Os pedidos de insolvência foram apresentados pelos próprios bancos.

A Totalpart, do empresário Bernardo Moniz da Maia, uma das maiores devedoras do Novo Banco foi declarada insolvente. Por sua vez, a Bridgedown, do grupo imobiliário QDL, uma das grandes devedoras da Caixa Geral de Depósitos (CGD), teve o mesmo destino.

“No Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, Juízo de Comércio de Lisboa – Juiz 1 de Lisboa, no dia 09-07-2020, ao meio dia, foi proferida sentença de declaração de insolvência do(s) devedor(es): Totalpart – Gestão e Serviços”, lê-se no portal Citius.

A empresa, da qual é administrador único Bernardo Moniz da Maia, faz parte do Grupo Moniz da Maia, cujos últimos titulares são Bernardo Moniz da Maia, a sua mãe e as duas irmãs.

O Expresso escreve que o processo de insolvência ocorreu a pedido do Novo Banco, que reclamava uma dívida da Totalpart no valor de 375 milhões de euros, num crédito de 16,5 milhões. Além disso, era ainda o garante de um empréstimo à Sogema Investments Limited, estimado em 358 milhões de euros.

As dívidas totais da Totalpart ao Novo Banco ascendiam a 540 milhões de euros. A instituição financeira tinha financiamentos a oito sociedades do grupo Sogema por pagar.

A dívida do grupo Sogema foi uma das que esteve para ser alienada numa das grandes carteiras de créditos no ano passado, a Nata II. O Fundo de Resolução acabaria por vetar a alienação dos créditos, considerando que haveria capacidade de gerar retorno para o banco.

“Há créditos que o Fundo de Resolução (FdR) considerou que a melhor solução era não vender. Não podemos fazer nenhuma venda de crédito nem nenhuma reestruturação sem uma decisão conjunta. Nos casos em que não houve convergência, temos mantido a nossa política agressiva de recuperação judicial”, explicou António Ramalho numa entrevista ao Expresso em fevereiro.

Em novembro, a Caixa Geral de Depósitos também tinha pedido a insolvência de duas empresas devedoras, entre as quais a Bridgedown Imobiliária. A outra empresa é a Chapelmoor, também pertencente ao grupo QDL.

“No Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, Juízo de Comércio de Lisboa – Juiz 5 de Lisboa, no dia 08-07-2020, ao meio dia, foi proferida sentença de declaração de insolvência do(s) devedor(es): Bridgedown Imobiliária”, lê-se no portal Citius.

Ambas as empresas receberam financiamento da CGD para a construção imobiliária na zona da Quinta do Lago, em Loulé, no Algarve, mas a obra acabou por nunca acontecer na totalidade.

ZAP //

14 Comments

  1. E o que lhes vai acontecer?
    – Se fosse um pobre credor por ter comprado um apartamento para habitação própria e por desemprego não pagasse,… adeus apartamento.

  2. È verdade Sr. Carlos Silva. Neste país aos ladrões e corruptos dão-se todas as mordomias. Mas mais culpados são os que lhes conceram os créditos, certamente e como já é habitual sem garantias reais e só por ser “amigo”W do “amigo”; só que estas barbaridades quem as paga é o contribuinte sério e honesto, que até para provar a sua inocência se vcê em “palpos de aranha”. Veja-se o contrato dos aviões da Foirça Aérea: perdem-se 9,r milhões de euros em contrapartidas e ninguém é responsável? contram-se assesores jurídidos analfabetos para verificarem e acompanharem os contratos? Isto é um autêntico bananal!

  3. SIGAM O DINHEIRO!!!!!! Dá-me nervos e revolta assistir diariamente a situações como esta. Será assim tão difícil ver para onde foi o dinheiro. Se depositar 5000 Euros no Banco vêm logo perguntar pela proveniência do dinheiro. Para milhões tal não é necessário ? Pediram milhões e estão insolventes ??? Para onde foi o dinheiro ? Tenho a certeza, mas tenho mesmo, que se estivesse à frente de uma instituição bancária faria muito melhor que qualquer gestor que por lá passou. Não andaria a dar dinheiro a pessoas sem apresentar qualquer tipo de garantia. E quando cometem erros, demitem-se e recebem uma indemnização de MILHÕES. Está ERRADO. Numa empresa se cometemos um erro temos que o assumir e sofrer as devidas consequências. Por esta forma de agir QUALQUER pessoa pode ser administradora de uma instituição, pois se cometer erros vem embora sem nada lhe acontecer. Assim, em vez de contratarem gestores por MILHÕES contratem um gestor por alguns milhares por mês que faz tão bem ou melhor do que qualquer um de MILHÕES e no caso de algo correr mal sempre se poupou alguns milhões em vencimentos dos gestores. Da mesma forma deviam ser tratados os políticos. Se querem ir para a politica, que o façam por gosto e claro que têm que ser pagos. Quem trabalha tem todo o direito a receber mas, receber subsídios e mais subsídios aí já não concordo. Se eu vou trabalhar para uma empresa tenho que ter em conta se a remuneração me agrada e caso não agrade não me candidato, certo ? O mesmo deveria acontecer com os políticos. Se o vencimento não agrada, não se candidatem e deixem o lugar disponível para quem quer realmente fazer algo pelo seu país. E quanto às reformas …… Bem, é melhor ficar por aqui.

  4. País de ladrões e oportunistas por todo o lado, desde a banca ao Estado, passando por outras entidades tipo EDP, REN, etc etc,etc….

    • Falas por ti ou pela China (ditadura chinesa) que, graças ao “salvador” Passos, mamam forte e feio na EDP e na REN (etc)?!

  5. Grandes trafulhas, mas são a esses que os “bons” gerentes dos Bancos entregam dinheiro sem qualquer garantia e depois cá está o povo trabalhador para pagar. Eles não ficam de mãos a abanar, portanto, era caçar-lhes todos os bens que possuem e os gestores bancários acompanhá-los atrás das grades.

  6. Gerir um banco é o melhor emprego do mundo: ganham balúrdios para fazerem o que lhes apetecer porque em boa verdade é irrelevante o que quer que façam, a responsabilidade é sempre zero. Se é para isso mais vale porem lá o macaco Adriano, faz o mesmo ou melhor e só custa uns amendoins. Isto só acaba quando assumirem que os bancos não são vacas sagradas e sim, podem cair. Mas não sozinhos, com eles cair também a corja que os geriu, com os costados na prisão.

  7. Estar-me-ia a borrifar para todo esse desbarato e má gestão se os bancos fossem privados. No entanto o lobby dos corruptos inculcou com sucesso a ideia na cabeça das pessoas que os bancos são “especiais” e não podem falir. São vacas sagradas e têm que ser “salvas”. Ora, a partir do momento em que esse pressuposto está em vigor, o objectivo real de quem gere bancos deixa de ser o lucro e passa a ser roubar o mais possível. Portanto “salvar” qualquer empresa, como se fosse uma vaca sagrada, é uma fraude. As empresas não são para “salvar”, são para gerir bem ou então naturalmente falir e dar espaço a outras que façam diferente e melhor. Há que salvar é as pessoas, especialmente as pobres almas que já foram doutrinadas a achar que há empresas especiais que são para “salvar”. Não há, é só e apenas fraude. Fraude. Fraude dos contribuintes e fraude das outras empresas que tenham que concorrer com as vacas sagradas. Acabem com isso e acaba-se o problema.

  8. O Teixeira meteu-nos isso na cabeça dizendo que tínhamos que segurar o BPN por causa do efeito sistémico. Mas afinal o dito banco foi pago por todos nós e o efeito continua aí bem palpável connosco a pagar tudo o que é trapalhada! Poupem-nos e poupem não destruam as nossas magras poupanças!!!

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