Graça Freitas apela à confiança no sistema (e recusa comentar demissão)

José Sena Goulão / Lusa

A diretora-geral da Saúde apelou à população, esta quinta-feira, para que tenha confiança no sistema e nas instituições, assegurando que todos vão ser vacinados a seu tempo.

Em Alcochete, no arranque do rastreio da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Graça Freitas apelou à confiança dos portugueses nas instituições. “Todos vão ser vacinados. Não podemos é ser todos vacinados no mesmo dia porque é impossível. (…) As pessoas têm de ter confiança no sistema“, declarou aos jornalistas.

De um modo geral, a diretora-geral da Saúde considera que vacinação contra a covid-19 “está a correr bem”, lembrando que 360 mil pessoas já foram inoculadas. “À medida que as vacinas chegam vão sendo ecoadas no prazo de uma semana”, destacou.

“O sistema vai encontrar as pessoas e vai agendar a vacinação num sítio seguro, com enfermeiros treinados e com tudo preparado para que a vacinação seja um momento seguro. É essa confiança que eu peço aos portugueses”, apelou a responsável.

“Não serão todos chamados na primeira semana, nem na segunda, mas há mecanismos. Os utentes vão receber um SMS. Podem dizer-me que nem todos irão ver o SMS, é verdade, mas há telefones, cartas e contactos de proximidade. As forças de segurança e as forças autárquicas também nos podem ajudar a localizar as pessoas. Portanto, confiança no sistema e confiança nas instituições. Portugal vacina há décadas“, acrescentou.

Questionada sobre a demissão do coordenador da task-force até agora responsável pelo plano de vacinação, Francisco Ramos, Graça Freitas não quis fazer comentários, mas sublinhou a “imensa admiração” que tem pela sua pessoa.

“Conheço o doutor Francisco há mais de 30 anos. Foi uma decisão tomada num contexto que todos conhecemos e, portanto, não me compete comentar a sua saída da task-force. Compete-me apenas deixar-lhe uma palavra de homenagem por toda a sua carreira.”

Relativamente ao excesso de casos de vacinação indevida, e questionada se essa situação coloca o seu cargo em risco, a diretora-geral da Saúde afirmou que o seu “lugar está sempre à disposição”.

Os jornalistas também questionaram Graça Freitas sobre a sua ausência nos meios de comunicação social nos últimos tempos. E a resposta foi clara: “A diretora-geral da Saúde não precisa de aparecer, precisa de trabalhar“, afirmou.

A responsável explicou ainda que a sua ausência se deve também ao facto de terem sido tomadas outras opções relativamente à comunicação. “A DGS e os seus parceiros nunca trabalham sozinhos, trabalhamos sempre em parceria. A comunicação já teve muitas formas de existência. É apenas uma delas”, acrescentou.

Filipa Mesquita, ZAP //

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