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Governo volta a reunir à esquerda, mas Bloco desvaloriza. Não há “novas propostas ou respostas”

Manuel de Almeida / Lusa

O Governo de António Costa volta a reunir nesta quinta-feira à esquerda para tentar garantir a aprovação do Orçamento do Estado para 2021 para votação final global, mas o Bloco de Catarina Martins desvaloriza a reunião.

O BE adiantou esta quinta-feira que o Governo “não tem novas propostas ou respostas a apresentar” na reunião que pediu para quinta-feira sobre Orçamento do Estado para 2021, sendo esta para consultar a posição bloquista em votações na especialidade.

Esta quinta-feira, no Palácio de Belém, após ter sido recebido em audiência pelo Presidente da República, o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, anunciou que o Governo iria retomar na quinta-feira as negociações com os partidos à esquerda sobre o Orçamento do Estado para 2021, nomeando em concreto o Bloco de Esquerda.

À agência Lusa, fonte do Bloco de Esquerda, adiantou que a reunião foi pedida pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, “mantendo que o Governo não tem novas propostas ou respostas a apresentar”.

“A reunião é apenas para consulta sobre o posicionamento do Bloco em diversas votações na especialidade”, referiu a mesma fonte.

Depois deste anúncio de José Luís Carneiro, o Governo confirmou, à agência Lusa, que na quinta-feira terá uma reunião com o Bloco de Esquerda sobre o Orçamento, mas considerou não haver ainda expectativas de mudança de posição dos bloquistas, que votaram contra a proposta na generalidade.

“Teremos uma reunião de trabalho com o Bloco de Esquerda antes de começar [na sexta-feira] o processo de discussão do Orçamento do Estado para 2021 na especialidade. Da parte do Governo não há qualquer expectativa em especial em relação aos resultados dessa reunião”, disse à agência Lusa fonte do executivo.

Na quinta-feira de manhã, quando acontecer esta reunião entre Governo e Bloco, o primeiro-ministro, António Costa, por sua vez, estará a participar na reunião sobre a evolução da covid-19 em Portugal no Infarmed, em Lisboa.

“Faz falta agora o Governo e o PS darem algum passo”

Ainda esta quarta-feira de manhã, depois de um encontro com o Conselho Nacional de Juventude (CNJ), em Lisboa, a coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou-se disponível para conversar com o Governo sobre o Orçamento do Estado de 2021, esperando seja “o Governo e o PS a darem um passo” nesse sentido.

“Faz falta agora o Governo e o PS darem algum passo se quiserem” um “entendimento, que o BE considera muito importante”, afirmou a coordenadora bloquista.

Depois de anunciar as suas 12 propostas para a generalidade no Orçamento, que apresentou como essenciais para viabilizar as contas do executivo para 2021, não houve avanços, a avaliar pelas palavras de Catarina Martins, que, questionada por diversas vezes, não respondeu diretamente se já houve conversações com os socialistas.

Tendo em conta a “tensão” entre Bloco e Governo para a aprovação do OE2021, restará ao Governo negociar e contar com o PCP, que terá visto com bons olhos as novas notícias sobre as alterações ao regime de lay-off, escreve o semanário Expresso.

Pagamento a 100% dos salários em lay-off, alívio do IRS (através de um aumento de cem euros no mínimo de existência) e um alargamento da abrangência da nova prestação social são algumas das medidas que podem fazer o PCP votar a favor.

As negociações com os comunistas continuam, segundo o mesmo jornal.

A votação final global do OE2021 está agendada para 26 de novembro.

A proposta foi aprovada na generalidade em 28 de outubro com votos a favor apenas do PS, abstenções de PCP, PAN e PEV e votos contra de PSD, BE, CDS-PP, Chega e IL.

ZAP // Lusa

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