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Governo vai proibir jogos de futebol em dia de eleições

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Mário Cruz / Lusa

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), António Costa, exerce o seu direito de voto

Esta é a terceira vez que jogos de futebol se sobrepõem em dias de eleições. O Governo quer agora proibir isso de acontecer mas a medida só vai arrancar depois destas eleições autárquicas.

Segundo o Diário de Notícias, que falou com fonte oficial, o Governo vai aprovar uma lei que proíbe jogos e espetáculos desportivos em dias de eleições mas a medida só vai avançar depois das autárquicas, agendadas para o próximo dia 1 de outubro.

O Executivo contactou a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) a propor a alteração das datas dos quatro jogos marcados: Braga-Estoril (16h00), o “clássico” Sporting-FC Porto (18h00), Marítimo-Benfica (20h15) e Belenenses-V. Guimarães (20h30). No entanto, a Liga rejeitou essa possibilidade, justificando-se com o calendário apertado e com as explicações que já tinha dado anteriormente esta semana.

Vários jogos foram antecipados para sexta e sábado, no entanto, isso não foi possível com todos os clubes “face à participação das equipas portuguesas em competição europeia na semana anterior” e ao facto de cada equipa ter de ter um “intervalo regulamentar de descanso entre jogos de pelo menos 72 horas“. Além disso, no dia 2 de outubro, “muitos jogadores têm de partir para se juntarem às respetivas seleções nacionais, o que impede a realização de jogos nesse dia”.

De acordo com o DN, estes são argumentos idênticos aos usados nas duas eleições anteriores, que também se sobrepuseram a jogos de futebol: as legislativas de 2015 e as presidenciais de 2016.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) não sabia da marcação dos jogos e só esta terça-feira analisou o caso em reunião plenária. No entanto, o porta-voz da Comissão, João Machado, relembra que há dois anos, quando aconteceu a mesma coisa, a CNE mostrou-se contra porque, embora “não havendo lei que expressamente os proíba, é desaconselhável a realização de eventos desta natureza” porque “potenciam a abstenção de um número que pode ser significativo de eleitores que, além dos profissionais envolvidos, se deslocam para fora do local da sua residência habitual”.

Segundo o jornal, Passos Coelho desvaloriza a coincidência dos jogos e das eleições porque considera que “os portugueses não deixarão de votar”, aliás “têm já uma maturidade muito grande para saberem o que querem fazer” e, por isso, não há “nada que impeça votar e ir ao futebol”.

Por sua vez, tanto o Bloco de Esquerda como o Partido Comunista criticam esta sobreposição. A coordenadora do BE, Catarina Martins, considera que não é a “decisão mais recomendável, mais sensata” e o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, notou que “seria desejável que não houvesse essa sobreposição”.

Ao jornal Público, Carlos César, presidente dos socialistas, já tinha dito que “não vê drama” e relembrou que em “maior risco de privação cívica estão os muitos que trabalham ao domingo”.

ZAP //

6 Comments

  1. Agora a culpa dos Portugueses não votarem é dos jogos!!! Isto é um insulto aos Portugueses ou querem tentar “obrigar” os Portugueses a irem votar, quando não lhes dá vontade nenhuma nem estão tão pouco p/ perder tempo c/ gente politica que é Vigarista, Ladrões, Mentirosos, Corruptos. Não são os espetáculos que os impede de ir votar, mas tão somente a atitude dos politicos q são todos uns corruptos e vendidos. Os Portugueses estão cansados de serem ENGANADOS. As eleições até deviam de ser num dia de semana de trabalho, como se faz na Inglaterra. E eles votam…
    Politicos não nos insultem mais, BASTA.

    • E bem!!
      Até porque o voto é obrigatório!!
      Essa descrição (Vigaristas, Ladrões, Mentirosos, Corruptos, Vendidos), também encaixa que nem uma luva no futebol profissional!!
      E quem não vota é tão (ou mais!) responsável pelo que se passa na política!
      A Inglaterra/Reino Unido tem uma taxa de abstenção elevada (semelhante à de Portugal) – nos jovens ainda será superior… e, o resultado disso está bem a vista com o Brexit!!

      • Obrigatório?! Que eu saiba em Portugal não é LOL. Não lhe acontece nada se não for votar, pois não?
        Mas tem razão sim senhor, não votam e depois fartam-se queixar do governo e dos políticos…

      • “Obrigatório” no sentido que é um dever (“obrigação”) de cada cidadão; não é obrigatário como na Bélgica, Luxemburgo ou no Brasil!
        Também há países, como a Grécia, onde o voto é obrigatório, mas quem não votar não tem qualquer penalização!

      • Este agora anda a inventar novos significados para as palavras?! O voto não é obrigatório e ponto final. Quem disser que o voto é obrigatório em Portugal só pode ser ignorante.
        E já agora, a minha opinião é que a pior coisa que se pode fazer a um direito é torná-lo uma obrigação. O voto é um direito, não uma obrigação, e ainda bem.
        O que devia ser obrigatório é votar em consciência e sabendo o que se está a fazer, e não votar apenas por votar ou por razões anda piores que nem vale a pena estar a enumerar neste espaço.

  2. Mais uma palhaçada…
    Em 1924, na Austrália, por exemplo, bastou o voto passar a ser obrigatório para haver maior número de votos, quando a % de pessoas a votar era extremamente baixa, mas também não me acredito que isso seja algo bom… Se não votar e não tiver uma justificação válida, leva multa… Mas também deve haver muita gente a votar só por votar, em qualquer um, sem ter o mínimo de conhecimento do que está a fazer…
    Como sugeriu o nmfc, podia haver eleições num dia de semana, sempre haverá com certeza mais pessoas disponíveis, do que num domingo, quando muita gente está nos seus passeios familiares ou ,simplesmente, só quer descanso.

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