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Bloco é o único partido que está contra jogos de futebol em dia de eleições

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Pedro Nunes / Lusa

Catarina Martins, porta-voz do Bloco de Esquerda

O Bloco de Esquerda é o único partido que se mostra contra a realização de jogos a 1 de outubro, dia de eleições autárquicas. A Liga Portuguesa de Futebol diz que tentou tudo mas que não conseguiu reagendar todos os encontros. A Comissão Nacional de Eleições diz que não foi informada e só esta terça-feira vai analisar o caso em reunião plenária.

Quatro jogos de futebol em dia de eleições autárquicas: Marítimo-Benfica, Belenenses-Vitória de Guimarães, Sp.Braga-Estoril e o “clássico” Sporting-FC Porto. Não é proibido acontecer mas, na perspetiva do Bloco de Esquerda, “é um erro”, avança o Público.

O jornal contactou todos os partidos mas apenas BE e PS aceitaram falar. Carlos César, presidente dos socialistas, “não vê drama” e relembra que em “maior risco de privação cívica estão os muitos que trabalham ao domingo”.

São quatro jogos que, como escreve o Público, vão obrigar a uma “deslocação de milhares de pessoas pelo país, entre jogadores, organizadores, funcionários e adeptos”, o que pode prejudicar a afluência às urnas.

A Liga Portuguesa de Futebol diz que tentou tudo mas que não conseguiu evitar a realização dos jogos mas garante, em declarações ao diário, que vai trabalhar com a Comissão Nacional de Eleições (CNE) para promover o voto antecipado.

Vários jogos foram antecipados para sexta e sábado, no entanto, isso não foi possível com todos os clubes “face à participação das equipas portuguesas em competição europeia na semana anterior” e ao facto de cada equipa ter de ter um “intervalo regulamentar de descanso entre jogos de pelo menos 72 horas“. Além disso, no dia 2 de outubro, “muitos jogadores têm de partir para se juntarem às respetivas seleções nacionais, o que impede a realização de jogos nesse dia”.

De acordo com o Expresso, a CNE não sabia da marcação dos jogos e só esta terça-feira vai analisar o caso em reunião plenária. No entanto, o porta-voz da Comissão, João Machado, relembra que há dois anos, quando aconteceu a mesma coisa, a CNE mostrou-se contra porque, embora “não havendo lei que expressamente os proíba, é desaconselhável a realização de eventos desta natureza”.

“Em abstrato, potenciam a abstenção de um número que pode ser significativo de eleitores que, além dos profissionais envolvidos, se deslocam para fora do local da sua residência habitual”.

Para ‘fintar’ a abstenção, fonte da Liga afirmou ao semanário que o site do organismo que gere as competições profissionais em Portugal vai fazer um apelo à participação eleitoral através de slogans do tipo “vote cedo, vá ao futebol depois”.

ZAP //

3 Comments

  1. O Bloco e eu! Se já não havia “razões” suficientes para não ir votar, não se deveria deitar mais “achas na fogueira”. Mas isto realmente interessa a quem?

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