“Grande encenação”. Marques Mendes diz que Governo está a usar pandemia para “desviar a atenção”

António Cotrim / Lusa

O conselheiro de Estado e antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes

Luís Marques Mendes voltou a marcar presença no Jornal da Noite da SIC para fazer o seu habitual comentário. Esta semana os temas em cima da mesa foram a pandemia, a crise política em Portugal, as eleições no PSD e o panorama nos Açores.

Numa altura em que as casos de covid-19 estão a aumentar, Marques Mendes diz que a situação não é alarmante.

Depois de António Costa ter convocado uma reunião do Infarmed para avaliar a situação pandémica do país, o comentador acredita que está a gerar-se uma “enorme”, e injustificada, histeria. “O Governo está a fazer uma grande encenação para dramatizar a situação”, refere.

O antigo líder do PSD criticou o mistério em torno das medidas que devem ser conhecidas esta quinta-feira. “São duas semanas de grande especulação. Até parece que vamos decidir algum confinamento, algum fecho de escolas, felizmente não vai haver nada disso”, reforçando que as únicas medidas que podem vir a ser implementadas são o reforço do uso de máscara, a testagem massiva e o controlo de fronteiras.

Apesar de não haver motivos para alarme, Marques Mendes considera que o Governo está a aproveitar a situação para “desviar a atenção” dos problemas no processo de reforço da vacinação ou tirar proveito da gestão da pandemia para fins eleitorais.

No que diz respeito ao processo de vacinação, o comentador criticou a “confusão enorme” que é criada pelas mudanças que vão sendo anunciadas “a conta gotas” na população elegível para ser vacinada contra a covid-19, neste caso com a terceira dose. “Não há organização que resista a estas mudanças permanentes da DGS”.

A disputa à liderança do PSD tem sido, na visão de Marques Mendes, “morna” – já que Rui Rio optou por deixar de lado os debates.

Sobre quem poderá vir a conquistar a liderança dos “laranjas”, o antigo líder do partido diz não conseguir tirar conclusões – embora considere que os últimos dias não foram positivos para Rui Rio, já que a maior Distrital do país em número de militantes  decidiu por unanimidade apoiar Paulo Rangel. Por outro lado, grandes figuras do partido deixaram de apoiar o atual Presidente ou colocaram-se numa posição neutra.

Relativamente à situação política dos Açores, Marques Mendes criticou André Ventura por se comportar como “uma barata tonta” na gestão da situação política, dizendo “não acreditar” que o Governo liderado pelo PSD acabe por cair às mãos do Chega. “Parece um dirigente estudantil que amuou”, referiu.

Na sua perspetiva, tudo isto mostra que André Ventura não é um líder credível e confiável, apesar de ser inteligente e ter um discurso assertivo.