Governo rejeita investir em Defesa, se prejudicar as contas públicas

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Manuel de Almeida / LUSA

Miranda Sarmento, ministro das Finanças

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse que o Governo recusa reforçar o investimento em defesa, se isso comprometer o excedente das contas públicas ou aumentar o peso da dívida.

Em entrevista ao Financial Times (FT), esta segunda-feira, Miranda Sarmento recusou reforço do investimento em defesa que comprometa excedente orçamental.

“Com um crescimento real do PIB [Produto Interno Bruto] de cerca de 2%, o aumento das despesas com a defesa será sempre limitado pela manutenção de um pequeno excedente orçamental”, afirmou o ministro das Finanças ao jornal britânico.

Ainda assim, o governante garante que Portugal tem margem para cumprir os objetivos de aumento das despesas da NATO, numa altura em que o Presidente dos EUA Donald Trump está a pressionar a Europa para que pague mais pela sua segurança.

Portugal “afastado” de Kiev

O FT descreve Portugal como um país “virado para o Atlântico e mais afastado de Kiev”, que, por isso, “não sente a mesma pressão para aumentar as despesas militares que os países mais próximos da Ucrânia.

Para exemplificar, o FT nota que o orçamento da defesa da Polónia é de quase 5% do PIB – o mais elevado entre os aliados da NATO – enquanto o português surge em sétimo lugar na classificação daquela organização, ao representar apenas 1,6% do PIB em defesa no ano passado.

Portugal comprometeu-se a atingir o objetivo de 2% da NATO até 2029, prevendo-se que os líderes da organização venham, numa cimeira em junho, a aumentar este objetivo para, pelo menos, 3% do PIB, contra os 5% defendidos por Trump.

Portugal foi “um dos poucos” países da União Europeia com um excedente orçamental – de 2.000 milhões de euros ou 0,7% do PIB em 2024 e o segundo maior em termos percentuais em pelo menos 50 anos.

“Se nos próximos anos chegarem maus momentos económicos, estaremos preparados para os enfrentar”, sustentou Miranda Sarmento, acrescentando: “Precisamos de chegar aos 80%, ou até abaixo disso, até ao final da década”.

Sarmento disse ainda que o Governo português “muito provavelmente” esará interessado em utilizar fundos de um programa de empréstimos de 150.000 milhões de euros para os Estados-membros canalizarem para as suas indústrias de defesa.

No entanto, ressalvou que Lisboa quer comparar primeiro os termos e os custos do empréstimo com as opções de Portugal no mercado da dívida soberana.

Relativamente às prioridades de despesa, o titular da pasta das Finanças considera ser vital que os membros da UE se coordenem para desenvolver indústrias especializadas em cada país.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. É, em caso de ataque dos Russos vindos das Base em Angola e Guine (está acordado a sua implementação) o Sarmento vai aparar as Balas, Bazucas e Misseis com cú, mas que vá sozinho.

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    • Lusitano, és um alarve como poucos. Como é possivel debitares tanta anormalidade ? O teu comentário, é uma baboseira tão grande, que deveria ser emoldurada, entregue a alguma instituição de ensino, e passar a ser um caso de estudo.

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