O Governo quer reabrir as oficinas de Guifões para recuperar dezenas de comboios que estão parados e resolver assim a crise no setor gerada pelo aumento da procura deste serviço.
O Governo quer recuperar dezenas de veículos ferroviários encostados, de forma a evitar mais supressões de comboios e pôr fim à crise deste setor, podendo responder ao aumento de procura de passageiros da CP (Comboios de Portugal). Segundo a edição desta quinta-feira do Público, a primeira medida será a reativação das oficinas da EMEF em Guifões, no Porto.
O material a recuperar em Guifões vai desde as carruagens Shindler, até locomotivas a diesel e comboios suburbanos da linha de Sintra. O objetivo é modernizar antigas carruagens Sorefame e as automotoras de via estreita da linha do Vouga.
O ministro Pedro Nuno Santos terá de convencer as Finanças de que este investimento é inteligente e, para isso, defenderá as poupanças proporcionadas pelo fim dos alugueres de automotoras a Espanha e as vantagens da criação de um cluster ferroviário português que, no limite, levaria à conceção e produção de um comboio nacional.
O pólo da EMEF de Guifões, no Porto, abriu em 1993 como oficina de grande reparação de material circulante. Encerrou em 2011, durante o período da troika, quando se decidiu não avançar com um projeto que previa modernizar a frota de UDD (Unidades Duplas Diesel).
Além disso, o Ministério das Infraestruturas e Habitação quer também criar um centro tecnológico ferroviário que permita relançar esta indústria no país e criar, a prazo, um comboio português, beneficiando de uma parceria com a empresa Nomad Tech, que é detida em 35% pela EMEF.
Atualmente, pretende-se garantir que a montagem dos 22 comboios regionais que a CP vai comprar seja realizada em Portugal nas oficinas da empresa pública – algo que já está contemplado no caderno de encargos e que até tem sido uma prática em concursos públicos anteriores para a compra de material circulante.
As soluções do Governo contrariam a gestão da CP que se tem mostrado contra a reutilização de material antigo, sobretudo por este não estar dotado de ar condicionado. No entanto, para o ministro, a falta de entusiasmo da CP é o menos dos problemas.
Pela frente, tem uma missão mais difícil: convencer o ministro das Finanças, Mário Centeno, a apadrinha a sua proposta.
Em 4 anos nunca deram soluçōes agora por milagre aparece abertura da oficina que por sinal vai levar tempo a estar a laborar a 100% porque e preciso mao de obra …e depois da propaganda que iam comprar novos comboios e agora querem recuperar os velhos??? Existe aqui alguma historia mal contada …
Anos e anos de desinvestimento e abandono de material um pouco por todo o país, à mercê do vandalismo e dos roubos de cobre, venda de outro material e também de carris de várias linhas para sucata ao preço da chuva.
Agora, parece que finalmente, muito tarde e depois de anos, décadas a alertar para o problema, fez-se luz dentro das cabeças que decidem, porque os “cavalos” estão a tombar. Agora a factura será mais pesada…