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Governo não tem apoio da esquerda para mudar lei bancária

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Paulete Matos, Bloco de Esquerda / Flickr

Mariana Mortágua na X Convenção do Bloco de Esquerda

Mariana Mortágua na X Convenção do Bloco de Esquerda

Os partidos de esquerda não concordam com a solução encontrada pelo Governo socialista para recuperar os oito nomes chumbados pelo BCE para a administração da Caixa Geral de Depósitos.

O Banco Central Europeu chumbou esta quarta-feira oito dos 19 administradores para a Caixa Geral de Depósitos por excesso de acumulação de cargos em órgãos sociais de outras sociedades.

A solução encontrada pelo Governo para recuperar alguns nomes passa por alterar a lei bancária, algo que não terá agradado aos partidos de esquerda que dão apoio parlamentar ao PS.

Tanto para o Bloco de Esquerda como para o Partido Comunista, a mudança da lei é “demasiado permissiva”, cita o Diário de Notícias, e caso haja mudança querem sim apertar mais as regras.

Em declarações ao DN, a bloquista Mariana Mortágua afirma que “o Governo quer fazer o contrário daquilo que defendemos que deve ser feito”.

Já à agência Lusa, a deputada tinha considerado que devia haver sim uma “lei que restrinja, discipline e limite o número de cargos que possam ser acumulados de forma transversal”.

No ponto de vista do BE, a solução passa por partir antes para outros nomes, explica Mortágua ao diário.

“Não está em causa o valor destas pessoas, mas se há uma incompatibilidade, se estas não dão, o que é preciso é procurar outras“, declara.

O PCP tem exatamente a mesma posição e, nas palavras do deputado Jorge Pires, a opinião é clara: “Não estaremos de acordo”.

“Qualquer alteração que vá no sentido de consolidar esta ideia de podermos ter no banco público um gestor que depois possa acumular, com muitas outras responsabilidades, em áreas nomeadamente do setor privado”, afirmou ontem o comunista.

Os partidos de direita também fizeram questão de mostrar o seu desagrado com a solução encontrada pelo Governo para recuperar os oito chumbados pelos BCE.

Do lado do PSD, Luís Montenegro diz que a escolha do Executivo mostra claramente “tudo o que não deve ser feito” e é “um hino à incompetência, ligeireza e displicência do Governo”, cita o DN.

Pedro Mota Soares, do CDS, acrescenta que “é penoso que tenha de ser o BCE a impor o bom senso que o governo de Portugal manifestamente não teve”.

Leonor Beleza está fora

Entre os nomes chumbados pelo BCE, estão Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, Carlos Tavares, líder do grupo Peugeot Citroen, e Ângelo Paupério, co-presidente executivo da Sonae.

A presidente da fundação afirmou ontem já não estar disponível para um novo convite, uma vez que sempre deixou claro que não queria abdicar das funções que tem na instituição.

“Desde o início, tornei também claríssimo que não estava nem estou disponível para pôr em causa, ou diminuir de intensidade, o meu envolvimento como presidente da Fundação Champalimaud, missão que me foi confiada em testamento por António Champalimaud”, afirmou a presidente, citada pelo Jornal de Negócios.

Além disso, fez questão de avisar “desde o princípio deste processo que não aceitaria receber por isso qualquer remuneração”.

O Governo tem de nomear três mulheres para o conselho de administração da Caixa, o mínimo exigido pelo BCE por questões de paridade.

ZAP

3 Comments

  1. Ponham lá camaradas do BE e PCP e verão se ficarão ou não de acordo e até pode ser que dê direito a um aumentozinho ao já escandaloso número de administradores, isto até parece um concurso de quantos mais melhor!

  2. Até que enfim vemos o BE e o PCP a Assumir responsabilidades no SEU (deles) Governo.
    Tenho que admitir que me enganei. Até cheguei a pensar que podiam pensar passar despercebidos.

  3. a raças e a mesma que castigo temos .venha uma ditadura de verdade vamos ver se isto fica namesma com estes atrevidos e que esta mal

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