Acumulam polémicas e partilham uma aparente incapacidade para a comunicação política, deixando o Governo em maus lençóis. Ana Paula Martins e Margarida Blasco são duas ministras “a prazo”.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, está no olho do furacão depois de uma série de mortes que foram associadas à incapacidade de resposta do INEM (Instituto de Emergência Médica) numa altura de greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar.
Mas também a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, já se envolveu em várias polémicas desde que foi escolhida para o Governo de Luís Montenegro.
As duas ministras têm em comum uma aparente inaptidão para o discurso político, envolvendo-se, muitas vezes, em polémicas devido a declarações desadequadas.
Mas, para já, Montenegro segura as duas ministras – a pergunta é até quando.
Ministra da Saúde desmentida
Ana Paula Martins está, neste momento, no olho do furacão devido à situação no INEM e às mortes de utentes que não conseguiram auxílio médico de urgência.
A ministra da Saúde disse publicamente que o Governo “não estava à espera que os técnicos de emergência pré-hospitalar se recusassem a fazer horas extraordinárias”. Mas a sua secretária de Estado, Cristina Vaz Tomé, acabou por desmenti-la.
Foi numa visita oficial a um hospital em Miranda do Corvo, onde a Secretária de Estado substituiu a ministra que falhou o compromisso por razões de “saúde”.
“Nós tivemos conhecimento do pré-aviso de greve. Não estávamos à espera do impacto”, assumiu Cristina Vaz Tomé, agravando ainda mais a contestação à ministra da Saúde.
“Ministros estão no Governo para resolver problemas”
Mas Montenegro defende Ana Paula Martins. “Não podemos andar todos os dias atrás de pré-avisos de greve e a fazer reuniões de emergência”, salienta o primeiro-ministro que se recusa a falar em demissão da ministra.
“A consequência política, quando há problemas, é resolvê-los”, reforça Montenegro.
“Os ministros estão no Governo para resolver problemas. Não é para se arrastarem e tentarem, no fundo, contornar os problemas para que, eventualmente, mudando os protagonistas, os problemas subsistam”, nota ainda.
Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, se recusa a falar sobre a eventual saída da ministra da Saúde. “Este não é o momento de falarmos daquilo que não é o essencial”, sublinha. “Há que encontrar soluções rápidas“, conclui.
Ventura pede saída de Blasco e de Ana Paula Martins
O líder do PS, Pedro Nuno Santos, já pediu consequências políticas, notando que “ao longo destes sete meses”, a ministra da Saúde tem “revelado uma grande incapacidade na gestão do dossier” que lidera, e “uma grande incompetência também na forma como tem gerido a emergência médica”.
O presidente do Chega, André Ventura, é mais claro e defende a saída de Ana Paula Martins e também de Margarida Blasco, frisando que “Montenegro tem aqui uma oportunidade única de fazer uma remodelação no Governo antes da votação final do Orçamento do Estado, que permita mudar estes activos tóxicos”.
No caso de Ana Paula Martins, Ventura diz que se tornou “um fenómeno de instabilidade, de falta de resposta e de intransigência, numa área em que era preciso humanidade, firmeza e resposta”.
“Está numa situação política insustentável, precisamente porque foi avisada, porque soube do que podia acontecer, porque sabia da situação no INEM, porque não podia desconhecê-la e, mesmo assim, nada fez para a resolver”, acrescenta Ventura sobre a ministra da Saúde.
Sobre Margarida Blasco, Ventura diz que “continua persistentemente a cometer erros“.
As muitas polémicas de Margarida Blasco
A ministra da Administração Interna (MAI) tem somado polémicas desde que assumiu a pasta – por vezes, por pura ausência.
Durante os desacatos em Lisboa, depois da morte de Odair Moniz, cabo-verdiano baleado por um polícia, não deu sinal de vida.
O ex-ministro socialista da Administração Interna, Eduardo Cabrita, chegou mesmo a referir-se a uma “absoluta inexistência da MAI” em declarações na SIC Notícias.
“Humilhada” pelo próprio Governo
Antes disso, Margarida Blasco esteve debaixo de fogo após ter admitido que poderia discutir o direito à greve das forças de segurança com os sindicatos. Acabou por ser desmentida pelo próprio Governo que sublinhou que tem uma “posição clara” que não permite qualquer discussão quanto ao direito à greve.
A ministra acabou por sair da situação “humilhada” pelo Executivo que integra, segundo alguns analistas políticos.
Outra polémica ocorreu quando Blasco desvalorizou a manifestação dos bombeiros sapadores junto ao Parlamento, afirmando que o “patrão” destes elementos da Protecção Civil “não é o Estado”.
A “urologia” da Madeira
As declarações na altura dos grandes incêndios na Madeira e no centro do país também causaram danos à sua imagem política. Chegou a falar da “urologia” [especialidade médica] da Madeira quando devia dizer orografia [área da geografia que estuda o relevo terrestre].
Aquando dos incêndios que abalaram o centro do país, manteve um silêncio que se revelou avassalador perante a tragédia. Alguns autarcas chegaram a lamentar que tinha “o telemóvel desligado”.
A ministra explicou que não quis fazer “intervenções desnecessárias” e que seguiu as “boas práticas”.
“Fruta podre” nas polícias
Blasco ainda se colocou em xeque numa entrevista à TSF, onde falou da importância da “formação” na questão da infiltração de movimentos radicais entre as forças de segurança, como uma forma de “retirar a fruta podre do cesto”. Estas palavras não caíram bem entre as organizações sindicais da polícia.
A MAI também concordou com o ministro da Defesa que sugeriu a imposição do serviço militar como pena para jovens que cometam pequenos delitos.
E aquando do assalto à Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna em Lisboa, não deu a cara, mais uma vez. Além disso, o MAI emitiu comunicados contraditórios que acabaram por deixar a ministra mal na fotografia.
O ex-ministro socialista da Administração Interna, Eduardo Cabrita, chegou mesmo a referir-se a uma “absoluta inexistência da MAI”. Ao que chegou este ladrão socialista. Já não se lembra da miséria do MAI nos incêndios de Pedrógão nem da larapagem das golas de fumos. Sempre que estes socialistas falam, estão a falar deles próprios.
Se forem substituidas – e devem ser – espero que o Primeiro Ministro se lembre agora que há muitos portugueses de etnias africana e asiática, e que o governo não deve ser constituído apenas por brancos. Ou teremos que mudar o nome da Primeiro Ministro para Montebranco…
Se está mal, mude de país! O governo português não tem que ser adepto de minorias ou desse tipo de demagogias. Respeite o meu país, se está mal, ponha-se a andar. Já ontem era tarde!…
Não tem de ser adepto. Tem de respeitar. Ou será que portugueses de origem africana só servem para representar Portugal nos Jogos Olímpicos ou na Taça da Europa? No governo já não?
Aqui o que importa é a competência de quem governa. Não interessa se são brancos, pretos ou às bolinhas….
E, obviamente, não há negros nem asiáticos em Portugal competentes para governar. A ministra Francisca van Dunem até era mulher da limpeza no ministério da justiça, quando foi nomeada ministra…
A falta de brio que demonstra este Governo , sem isentar os Governos anteriores que en muitos casos brilharam também por incompetência dos diferentes Ministérios , comprova que qualquer que seja o Governo Eleito , é como uma muda de água suja para limpa , mas o lodo continua sempre ao decima . Quem tem a alta responsabilidade , dos Incompetentes Ministros (as)que escolhe , chama-se Montenegro ! ………talvez devesse também demitir-se ! .
O activo mais toxico já está em Bruxelas, para “tratar” das Financas.
Não há mais lugares vazios para recambiar para lá o lixo ?
Aquiloe está-se a tornar a leixeira poltica da UE, quem tem um CV e onde conste que já fez das altas e poderosas e escapou ileso, é logo bem vindo.