/

Governo lamenta decisão britânica de manter Portugal na lista negra”. Foi baseada em “critérios científicos”

6

António Cotrim / Lusa

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros lamentou esta sexta-feira a decisão das autoridades britânicas de manterem Portugal na lista de países cujos passageiros são obrigados a quarentena na chegada ao Reino Unido.

“O Governo, naturalmente, lamenta a decisão, que não está fundamentada nos factos e nos dados que são conhecidos e públicos e aguardará que as autoridades britânicas evoluam”, afirmou, respondendo a questões dos jornalistas no parlamento, após o debate sobre o estado da nação, que decorreu no Parlamento.

O governante adiantou que cumpriu o combinado com o homólogo britânico, nomeadamente o respeito de cinco critérios em que a situação epidemiológica portuguesa é “muito positiva”: capacidade de testagem, taxa de letalidade, índice de reprodução, capacidade de resposta do sistema de saúde e número de casos por 100 mil habitantes.

“As autoridades britânicas tiveram a cortesia de nos informar ontem [quinta-feira] da decisão, mas não foram capazes de explicar os fundamentos científicos e técnicos da decisão tomada”, afirmou Augusto Santos Silva.

Estónia, Letónia, Eslováquia, Eslovénia e as ilhas de St. Vincent, nas Caraíbas, foram esta quinta-feira acrescentadas à lista pelo ministério dos Transportes britânico, na sequência de uma avaliação dos risco de infeção com covid-19.

A partir de dia 28 de julho, as pessoas que viagem destes países para Inglaterra não precisam de cumprir a quarentena de 14 dias exigida, cabendo depois às restantes nações (Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) aplicar a decisão do Governo britânico.

O jornal britânico The Times noticiou nesta quinta-feira que Londres iria ceder à “pressão poderosa” do Governo português, enquanto que o Daily Telegraph adiantou a possibilidade de um levantamento parcial de restrições para certas regiões portuguesas menos afetadas pela pandemia covid-19.

A lista deverá ser atualizada dentro de três semanas.

Decisão baseia-se em critérios “científicos e técnicos”

Por sua vez, a embaixada do Reino Unido admitiu como “dececionante para Portugal” a decisão de Londres de manter as restrições às viagens, mas assegurou que ela se baseia “exclusivamente em considerações de saúde pública” e “pareceres científicos e técnicos”.

“Sabemos que este é um resultado dececionante para Portugal”, afirma a embaixada dirigida por Chris Sainty num comunicado divulgado após o anúncio da decisão do Governo britânico de manter Portugal fora dos corredores de viagens que isentam os passageiros de quarentena na chegada ao Reino Unido.

O comunicado frisa que “o primeiro dever de qualquer Governo é proteger sua população” e que “estas decisões são baseadas exclusivamente em considerações de saúde pública com o objetivo de minimizar o risco para os viajantes britânicos e o risco de importar novos casos de covid-19 para o Reino Unido”.

E aponta que “as decisões do Governo britânico são baseadas nos pareceres científicos e técnicos elaborados pela autoridade de saúde de Inglaterra (Public Health England -PHE) e pelo do Centro Conjunto de Bio-segurança (Jont Biosecurity Center – JBC)”.

“As autoridades de saúde tomam em consideração uma série de fatores que afetam as viagens ao estrangeiro, tais como as taxas semanais de incidência ajustadas à população, a taxa de mortalidade, o nível de testes no país (taxa, capacidade, taxa de positividade), os dados reportados pelos países da OMS, e a evidência epidemiológica”, explica-se no texto.

A embaixada afirma que os cientistas que aconselham o Governo britânico “tiveram acesso a todos os dados relevantes de fontes públicas” e “ao extenso leque de informações e evidência disponibilizadas pelas autoridades portuguesas” e tiveram em consideração não apenas o número de casos mais recentes como “dados regionais, dados sobre testes, estratégia de testagem e a natureza dos recentes surtos” em Portugal.

A embaixada assegura reconhecer “os esforços abrangentes por parte do Governo português e das autoridades de saúde”, mas considera que “devido aos surtos nas últimas semanas, a prevalência do vírus em Portugal continental durante o período recente permaneceu persistentemente alta”.

“Embora os indicadores estejam a melhorar em Portugal, não estão ainda a um nível que permita ao Governo britânico aliviar estas restrições”, afirma.

ZAP // Lusa

6 Comments

  1. Se fosse por criterios cientificos nao seria esta. Evidentemente claramente é sim por critérios políticos falta coragem e verdade nas palavras

  2. Dececionante para Portugal ou para os comerciantes algarvios? Por mim, agrada-me a decisão do governo do RU e o futuro próximo vai dar-me razão.

  3. Se esta decisão se baseia em critérios científicos, a “abertura” a Espanha (etc), de certeza absoluta que não se baseia nos mesmos critérios!!

  4. Está mais que visto que a verdadeira razão é puramente Económica, as Economias de cada País faz tudo o que pode para reter o consumo no próprio País. Se fossemos avaliar a verdadeira situação de cada País e em particular a do R.U, constatávamos que é uma falsa razão de descriminar Portugal desta forma!…… mas num sentido, até aprovo, temos já que chegue problemas em conter esta estirpe, Endemicamente falando!..

  5. deixe de ser rico pobre de mao estendida e va trabalhar…industrialize pais porque paises sem industria andam de mao estendida….burrice de velhos burros de quererem transformar pais so em servicos… se voces trabalhacem fora do conforto de casa, da familia e do pais saberiam o quanto é duro a vida… nao fiquem a espera de dinheiro facil é mau exemplo que dao novas geracoes…esperem que turistas venham isso é vida de malandro,,,,

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.