O Ministério do Ambiente vai tomar posse de um terreno numa área protegida para depositar lamas do rio Tejo e pagar uma indemnização de mais de 37 mil euros à proprietária.
O Ministério do Ambiente vai mesmo tomar posse de um terreno na área protegida do Monumento Natural das Portas de Ródão para depositar e tratar as lamas que vão ser retiradas do fundo do Tejo, na megaoperação da limpeza do rio, avança o Público.
Após uma falhada tentativa de acordo com a dona deste antigo terreno, em Vila Velha de Ródão, o Ministério do Ambiente vai ter de lhe pagar uma indemnização de mais de 37 mil euros e repor integralmente as condições da área ocupada – cerca de um hectare – assim que a limpeza termine.
A requisição deste terreno já tinha luz verde, depois de o Conselho de Ministros ter declarado que a sua utilização era de interesse publico e nacional. A requisição oficiosa foi publicada em Diário da República na passada quinta-feira e segure-se agora a notificação da proprietária e a tomada de posse do terreno para que a operação de limpeza avance.
Segundo a tutela, os trabalhos devem começar já na segunda quinzena de abril com a montagem do estaleiro, iniciando-se a remoção das lamas um mês depois.
O ministério encara esta solução como uma “via alternativa”, depois de ter saído “frustrada a tentativa de acordo” com a proprietária. As conversações iniciaram em fevereiro, altura em que Raquel Batista Lopes, filha da dona do terreno de cinco hectares, contestou a ocupação, afirmando ao Público que se impõe a “preservação ambiental“.
A posição de Raquel Batista Lopes vai assim ao encontro das críticas já feitas pelas associações ambientalistas Quercus e Zero.
O Monumento Natural das Portas de Rodão foi classificado em 2009. No seu decreto regulamentar lê-se que, dentro dos limites desta área protegida, não pode haver alterações “da morfologia do solo e do coberto vegetal”, estando igualmente proibida a “deposição ou vazamento de resíduos”.
A engenheira florestal enviou cartas a várias autoridades do Ambiente a denunciar aquilo que classifica como o “culminar de uma postura de privilégio das indústrias de celulose”. Raquel Lopes defende que as lamas deviam ser colocadas num terreno fora da área protegida, nomeadamente em propriedades das empresas de celulose.
A Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) não é da mesma opinião, já que considera o terreno em causa “ideal” por ser afastado das habitações e garantir as condições operacionais necessárias.
Não percebo que tecnicos temos neste pais e que governo é este que se permita a este tipo de arrogancia. Uma area considerada protegida, não me venham dizer que é o unico local de Portugal onde podem colocar as lamas.
O que vai acontecer… coocam lá as lamas e vão ficar por lá para sempre. Expliquem-me como se eu fosse muito parvo, qual é a necessidade de se estar a criar uma solução provisória, não teria cabimento estar a resolver tudo agora, com um pouco de planeamento e vontade seria possivel. Qual é o intresse disto tudo, para já estou a ver 3 custos desnecessários. Haja paciencia
Parece-me que isto não passará de propaganda. É só o que esta geringonça sabe fazer. Não se esqueçam de depositar também lama do kù!!!
Parabéns. Este desgoverno soma e segue no campo das desgraças. Que mais aí vem?
E que tal resolverem o problema na fonte? Fecharem as Celuloses até estas estarem devidamente licenciadas? Onde estão as associações ambientalistas, pan e vá lá os verdes ao lado do Guardião do Tejo? Este ministro já devia ter sido demitido há muito…não passa de um lobista! Não está a salvaguardar os interesses de todos nós, só está interessado em limpar a m**da que as celuloses fazem!