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Governo bloqueia licenças para novos projetos solares em Portugal

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Wikimedia

Painéis solares

Até 2021 deveriam nascer em Portugal 31 centrais solares fotovoltaicas. No entanto, após a saída de Seguro Sanchez do Governo, o discurso mudou e as licenças para a construção de centrais fotovoltaicas, num total de mais de mil megawatts, são agora um número excessivo.

O anterior secretário de Estado da Energia, Seguro Sanches, fez a promessa: até 2021 deveriam nascer em Portugal 31 novas centrais solares fotovoltaicas, num total de mais de mil megawatts (MW) de licenças que o Governo aprovou em regime de mercado, ou seja, sem direito a tarifas subsidiadas.

Segundo o Diário de Notícias, seriam no total quase 800 milhões de euros de investimento potencial nas novas centrais.

Seguro Sanches foi afastado do Governo de António Costa e a pasta ficou nas mãos do ministro do Ambiente Matos Fernandes e do novo secretário de Estado João Galamba que, em cerca de seis meses, mudaram consideravelmente o discurso do Governo: as licenças para a construção de centrais fotovoltaicas num total de 1,5 mil MW já são agora em número excessivo.

O sistema de licenciamento foi pensado para obter uma “licença depressa mas pouco pensado para começar a produzir depressa”, como disse o próprio ministro. Os trabalhos demoram a arrancar no terreno, os investimentos também, e já foi mesmo ordenado um levantamento exaustivo e inspeção às licenças passadas. Contactada pelo Dinheiro Vivo, a secretaria de Estado da Energia não respondeu às questões.

O objetivo passa por detetar eventuais situações de “especulação com licenças” nos projetos de energia solar. Ao Público, o novo secretário de Estado admitiu mesmo “suspeitas sobre a seriedade das intenções em torno de algumas das novas licenças atribuídas”.

Também a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) confirmou “a forma facilitista como foram atribuídas as licenças“. “A APREN tem recebido muitas queixas dos seus associados. Foram atribuídas licenças e aceites pedidos de instalação de potência de forma avulsa e sem haver uma meta ou um objetivo nacional estratégico para o setor, abrindo caminho para começar a surgir alguma especulação”, confirmou ao Dinheiro Vivo José Medeiros Pinto, secretário-geral da APREN.

ZAP //

4 Comments

  1. Muito bem encomendada a entrada dum badameco para secretario de estado da energia! Os resultados começam a ver-se… Como espiao do 44 na famosa comissao de inquerito, colheu os frutos e agora cumpre e há-de cumprir outros serviços antes de sair para um poleiro previamente preparado.

  2. Há que manter a todo o custo o monopólio dos poucos operadores de energia, senão brevemente o Mexia e restante séquito deixa de poder ganhar os seus pequenos ordenaditos… Amen à corja instalada

  3. Se o Galamba acha que sim, ele lá sabe. Afinal, energia é o seu forte já que de economia claramente não percebe nada. É mesmo um dos maiores vazios cerebrais da história da política portuguesa.

  4. Muito estranho aquilo que até há bem pouco tempo era uma das bandeiras de propaganda deste governo venha agora a cair de uma forma tão duvidosa, esperamos que daqui não venha a sair mais um fiasco e milhões de euros em causa como muitos outros casos ao longo desta democracia.

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