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Governo ameaça não contar nenhum tempo de serviço congelado dos professores

Mário Cruz / Lusa

Os professores admitem avançar com uma greve aos exames nacionais, às aulas e a tarefas burocráticas, como o lançamento de notas, caso o Ministério da Educação mantenha a proposta de contagem do tempo de serviço apresentada.

Os professores exigem a recuperação de nove anos, quatro meses e dois dias, ao passo que o Ministério da Educação não está disponível para a recuperação de mais de três anos.

Em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com o ministro da Educação, o secretário geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, considerou “uma chantagem” a proposta de recuperação do tempo de serviço congelado.

Segundo Mário Nogueira, Tiago Brandão Rodrigues informou a Fenprof de que ou os sindicatos aceitavam a proposta da tutela ou terminavam as negociações sobre esta matéria sem recuperação de qualquer tempo de serviço.

“Os professores não são filhos de um deus menor”, afirmou Mário Nogueira numa referência aos restantes trabalhadores da Função Pública que viram recuperados os anos de serviço que estiveram congelados.

Perante esta proposta, e depois da reunião, Mário Nogueira contactou outras estruturas sindicais, entre as quais a Federação Nacional da Educação, tendo chegado a acordo para manter a greve às avaliações a partir do dia 18, cujo pré-aviso já foi entregue.

Ficou ainda acordada entre as estruturas sindicais a hipótese de os professores poderem avançar para uma outra greve aos exames nacionais assim como às aulas que ainda estão a decorrer até ao final do ano letivo e a tarefas burocráticas como, por exemplo, o lançamento de pautas.

“Não estaremos disponíveis para começar o próximo ano letivo se o Governo mantiver esta intransigência”, disse, por sua vez, o secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE), João Dias da Silva, à saída da reunião negocial no Ministério da Educação.

O dirigente sindical considerou a posição do Ministério “inaceitável” e classificou a reunião de hoje como “uma amarga deceção que confirma as piores expectativas”.

A decisão de avançar para estas formas de luta será tomada e conhecida na próxima quarta-feira à tarde, depois de terminadas as reuniões agendadas entre todos os sindicatos e o Ministério da Educação.

ZAP // Lusa

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