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Governo alemão não está a preparar (ainda) resgate do Deutsche Bank

O Ministério das Finanças alemão afirmou esta quarta-feira que não está a preparar um plano para ajudar o banco Deutsche Bank, desmentindo informações da imprensa alemã, que falava num eventual resgate ao maior banco do país.

“O Governo não está a preparar um plano de resgate. São especulações sem fundamento“, indicou o ministério numa declaração, após o jornal Die Zeit ter indicado hoje que Berlim e as autoridades competentes estão a preparar um plano de urgência caso o grupo bancário não consiga o dinheiro necessário para enfrentar os seus problemas jurídicos.

“Apesar de todos os desmentidos, o Governo alemão e as autoridades de supervisão financeira competentes preparam um plano de resgate caso a situação no Deutsche Bank se torne crítica”, refere o jornal, num artigo que será publicado na quinta-feira, segundo a AFP.

“Funcionários de alto nível em Berlim, Bruxelas e Frankfurt estão a trabalhar, atualmente, num conceito” que deve “entrar em vigor se o Deutsche Bank necessitar de capital suplementar para resolver as disputas na justiça e não conseguir recursos necessários no mercado”, refere o Die Zeit, que não cita fontes.

O Deustche Bank, que já estava sob pressão, tem sido cada vez mais motivo de preocupação desde que a justiça norte-americana exigiu o pagamento de 14 mil milhões de dólares para resolver um antigo litígio nos Estados Unidos, montante que poderá, no entanto, vir a ser reduzido em negociações.

O Deutsche Bank é acusado, como outros grandes bancos, de ter vendido antes do início da crise financeira de 2008 créditos imobiliários convertidos em produtos financeiros, apesar de saber que não tinham qualidade.

O plano de urgência prevê a venda de algumas atividades do Deutsche Bank a outros institutos financeiros, afirma o Die Zeit.

“Em caso de extrema urgência, o Estado assumiria uma participação direta no banco”, acrescenta, referindo que está em discussão “uma participação do Estado alemão a rondar os 25%”.

“Tratam-se por enquanto de simulações” e Berlim continua “a esperar que o banco saia desta situação sem apoio”, sublinha o Die Zeit.

DB Portugal fecha 15 agências em processo de reestruturação

A sucursal do Deutsche Bank em Portugal está em processo de reestruturação, estando previsto o fecho de 15 agências, a abertura de seis centros de investimento e a saída de alguns trabalhadores, disse à Lusa o presidente do banco.

O Deutsche Bank tem atualmente cerca de 400 trabalhadores em Portugal, com 50 balcões, e, de acordo com Bernardo Meyrelles, irá fechar 15 destes, sobretudo nas cidades de Lisboa e do Porto, onde há agências mais próximas entre si.

Em contrapartida, afirmou, o plano passa pela abertura de seis centros de investimento, dos quais quatro já estão em funcionamento, onde dará preferência a clientes com mais alto valor patrimonial.

Neste processo, o banco irá também diminuir trabalhadores, mas para já não foram relevados quantos sairão.

“Este processo de reestruturação está a ser planeado há mais de um ano e passa por preparar o banco para um modelo de negócio bancário que não necessita de tanta presença física, que é mais digital”, afirmou o presidente do Deutsche Bank em Portugal, referindo ainda que a instituição está ainda “a intensificar” a aposta no crédito à habitação e a empresas.

Bernardo Meyrelles garantiu também que estas alterações não têm que ver com as últimas notícias sobre os problemas do alemão Deutsche Bank, considerando que os clientes compreendem que tem havido empolamento mediático de uma situação já conhecida, referindo-se à multa da Justiça norte-americana.

A sucursal do deutsche Bank em Portugal gerou, em 2015, lucros de cerca de 15 milhões de euros.

/Lusa

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