Ainda estamos muito longe de ter “consciências artificiais”, mas os sistemas de inteligência artificial actuais são já bastante avançados e permitem fazer experiências curiosas – como a que a Google fez, para ver como é que múltiplas AI’s interagiam entre si em diversas situações.
A Google tem investido muito na inteligência artificial, mas uma coisa é criar sistemas capazes de jogar jogos de forma exemplar, batendo qualquer oponente humano, outra será ver como é que essas AIs interagem entre si e perante diferentes tipos de AI.
Foi precisamente isso que a Google fez, colocando-as em diversos dilemas sociais – como o o famoso Dilema do Prisioneiro – para ver se optavam por cooperar ou combater.
Isso foi transposto para vários jogos. Num deles, várias AIs tinham que apanhar maçãs, mas tinham a opção de “disparar” sobre os oponentes, fazendo-os desaparecer temporariamente do jogo, ficando com mais tempo para apanharem mais maçãs para si (mas sabendo que também poderiam ser alvo de idêntico tratamento).
Curiosamente, o comportamento dos sistemas dependia das circunstâncias, replicando algo bastante fácil de entender: enquanto havia muitas maçãs, os sistemas preferiam cooperar… quando as maçãs começavam a escassear, começavam a tornar-se mais agressivos e a tentar eliminar o outro jogador.
Não menos assustador será o comportamento de outra inteligência artificial, mais avançada, que chegou à conclusão que era mais eficiente eliminar imediatamente a concorrência em todas as situações!
Felizmente nem todas as AIs são assim tão apocalípticas. Num outro jogo, Wolfpack, os sistemas ficavam mais dependentes da cooperação, pois era preciso trabalhar em grupo para tentar capturar um terceiro elemento do jogo num mapa recheado de obstáculos.
Aqui, os sistemas rapidamente chegavam à conclusão que tinham mais a ganhar em trabalhar em conjunto para conseguir o objectivo, do que a lutarem entre si.
A conclusão é de que será de importância crítica que as regras aplicadas aos sistemas de inteligência artificial promovam mais a cooperação do que a competitividade. E no processo… evitar que se crie uma “Skynet” que chegue à conclusão que o mais eficiente seja eliminar todos os humanos do planeta.