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Golpe de estado na Turquia: militares dizem ter tomado o poder

Tolga Bozoglu / EPA

Golpe de estado militar em curso na Turquia

Golpe de estado militar em curso na Turquia

O Exército turco afirmou, em nota de imprensa, que tomou o poder em todo o país. O presidente Erdogan garante que se trata de uma pequena facção militar e que os responsáveis pelo golpe serão punidos.

Forças de segurança turcas encerraram as duas pontes sobre o estreito do Bósforo, em Istambul, e foram ouvidos jatos militares voando baixo sobre Ancara, tendo o primeiro-ministro admitido que esteja em curso um golpe militar.

Os militares turcos declararam entretanto lei marcial e o recolher obrigatório, depois de terem anunciado que tinham tomado o poder no país.

O canal público de televisão divulgou um comunicado das “Forças Armadas turcas” a dar conta da proclamação da lei marcial e de o recolher obrigatório em todo o país.

Não vamos permitir que se degrade a ordem pública na Turquia. Um recolher obrigatório é imposto no país até nova ordem”, especifica o comunicado, assinado pelo “Conselho da paz do país”, que diz que tomou o poder.

“O Exército assumiu totalmente o poder para restaurar a democracia. Todos os nossos acordos internacionais estão em vigor. Esperamos manter as boas relações com todos os países”, refere, no comunicado, o Estado-Maior do Exército.

Todos os nossos acordos internacionais estão em vigor. Esperamos manter as boas relações com todos os países”, afirma o comunicado dos militares.

Segundo a agência Anadolu, o chefe de Estado-Maior, general Hulusi Akar, foi feito refém por um grupo de soldados.

Segundo a rede estatal de televisão TRT, “uma nova Constituição será preparada em breve”. A agência AFP noticia por sua vez ter havido “uma grande explosão” junto à sede da televisão turca.

Ainda segundo a TRT, tanques foram enviados para as proximidades do aeroporto internacional de Istambul, bloqueando a entrada para o terminal.

Erdogan já reagiu

O presidente turco, Recep Erdogan, disse esta noite que é “uma minoria dentro do exército” que está a protagonizar a tentativa de golpe de Estado e pediu aos turcos que resistam nas ruas.

O presidente, que falou por telefone para o canal de notícias CNN-Turk, disse estar absolutamente convencido de que o golpe fracassaria.

Segundo o canal televisivo, o presidente estaria de férias na cidade de Bodrum e encontra-se em segurança.

O primeiro-ministro Binali Yildirim disse por sua vez que “apenas um grupo de militares estaria por trás da tentativa de golpe”.

Segundo o governante turco, o governo estava a tomar controlo da situação, e “os responsáveis pela tentativa de golpe de estado serão punidos”.

Yildirim garante que o governo eleito ainda tem o poder do país.

Reacções internacionais

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, apelou a que se evitem “confrontos mortais” na Turquia, onde está em curso uma tentativa de golpe de Estado.

“Os problemas da Turquia devem ser resolvidos no respeito pela Constituição”, afirmou o responsável numa conferência de imprensa conjunta com o homologo norte-americano, John Kerry.

John Kerry disse esperar que na Turquia prevaleça a paz, a estabilidade e a “continuidade” do poder no Turquia.

O Governo português aconselhou hoje os cidadãos portugueses que se encontram na Turquia a permanecer nas suas residências ou hotéis, disse fonte da Secretaria de Estado das Comunidades.

Segundo a mesma fonte, encontram-se actualmente na Turquia cerca de 350 cidadãos portugueses, 270 dos quais em Istambul.

Os militares turcos anunciaram esta noite que tomaram o poder no país e declararam a lei marcial e o recolher obrigatório.

O português Ricardo Nunes, que chegou quinta-feira a Istambul, Turquia, disse à Lusa que na zona onde se encontra “não há nenhuma agitação militar” e que não foi ouvido um único tiro.

Aqui não há nenhuma agitação militar. Dizem que o aeroporto de Istambul está encerrado”, afirmou Ricardo Nunes, que se encontra em Istambul com a namorada para participar no casamento de um amigo turco.

Ricardo Nunes disse estar em segurança na “casa de uma amiga”, depois de não ter conseguido passar a ponte de Istambul para se dirigir para o local do seu alojamento.

ZAP / Lusa / DW / SN

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