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Há cada vez mais golfinhos mutilados a dar à costa em França

Catarina Gaia / Facebook

Os ativistas falam em 1100 golfinhos mortos na costa atlântica francesa desde o início do ano, mas o número pode ser dez vezes maior. Os animais têm sido encontrados frequentemente com golpes mortais.

O caso gera preocupação junto da comunidade ativista, que confessou ao jornal The Guardian que a matança contínua destes mamíferos pode significar a extinção da variante europeia da espécie na região.

Segundo os especialistas da estação marinha Observatoire Pelagis, situada na localidade de La Rochelle, os animais têm mostrado “níveis extremos de mutilação”. As causas para estes ferimento não são conhecidas, mas julga-se que a causa pode prender-se com os arrastões da pesca de robalo.

As autopsias aos espécimens têm sugerido que os golfinhos sustém ferimentos graves ao tentar escapar as redes de pesca ou quando a própria equipa de pescadores os tentar soltar quando são apanhados.

O número de golfinhos que dá à costa é muito elevado, mas a realidade pode ser bem mais negra, já que muitos corpos afundam-se sem deixar rasto. Segundo Lamya Essemlali, presidente da ONG ambientalista Sea Shepherd, o número poderá rondar entre os 6500 e os dez mil golfinhos ao ano.

Para Essemlali, a causa é mesmo a pesca de arrastão, tendo a sua organização obtido provas disso num vídeo publicado em fevereiro, no âmbito de uma campanha de sensibilização. “Estas embarcações de pesca não são seletivas e, por isso, quando colocam as redes dentro de água e esta está cheia de golfinhos, eles ficam presos”, explica.

Sendo mamíferos e necessitando de vir à superfície respirar, os golfinhos começam a sufocar, o que os leva “a ferirem-se quando tentam fugir das redes, é essa a razão pela qual têm todas estas marcas no corpo”.

Em resposta a esta crise, François de Rugy, ministro da agricultura francês, anunciou a implementação de um plano de ação que inclui colocar sinalizadores acústicos nas redes para afastar os golfinhos, mas a Sea Shepherd defende que os pescadores não os ativam porque temem assustar os peixes.

Outro problema é a apetência do público por peixe barato. “Pode encontrar-se robalo barato a sete euros nas lojas, mas quem paga o preço são os golfinhos”.

O número de golfinhos mortos desta forma tem aumentado ao longo dos anos mais recentes, mas acrescentou que a taxa de crescimento dos óbitos está agora num nível alarmante. As organizações ambientalistas estão a apelar ao Governo francês para que reforce a vigilância dos barcos que fazem a pesca de arrastão, mas queixam-se de que os alertas têm caído em saco roto.

ZAP //

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