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“Pode ter havido um momento em que quiseram parar, mas não é violação”. Portugueses vão processar alegadas vítimas

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david_a_l / Flickr

Gijón, Espanha

Quatro portugueses são acusados de violação por duas mulheres espanholas. O advogado dos suspeitos, Germán Inclán, acredita que “a denúncia é falsa”.

O advogado dos quatro portugueses detidos em Gijón, Germán Inclán, revelou a intenção de processar as duas mulheres que acusam o grupo do crime de violação.

“A cada dia que passa estamos mais certos de que foi uma denúncia falsa”, disse, em declarações ao semanário Expresso. “Apresentar uma queixa falsa é crime. Vamos atuar contra as queixosas. Tal como não vamos tolerar as condenações mediáticas que os políticos têm feito.”

O advogado já tinha anunciado a intenção de mover instrumentos judiciais contra Adrián Barbón, líder do Governo das Astú­rias, e Ana González, autarca de Gijón.

“Vulnerabilizaram os direitos fundamentais destes homens: a imagem, a intimidade, o bom nome e também a presunção de inocência”, afirmou. “Os políticos têm de ter mais prudência e deixar que os tribunais atuem. Por exemplo, no dia em que os dois homens saíram em liberdade condicional, a polícia aconselhou-os a dormirem num hotel fora de Gijón porque as coisas podiam correr muito mal. Isto é indicativo de quanto a opinião pública está manipulada.”

As versões de como os homens conheceram as raparigas diferem desde o início. As alegadas vítimas dizem que o encontro se deu depois de já terem interagido nas redes sociais, mas os portugueses rejeitam essa tese.

Terá sido “um encontro casual”, explicou o advogado. “Uma delas disse que queria experimentar um trio com a amiga e um deles. Aceitaram, foram para o hotel”, contou.

No meio do envolvimento, um segundo homem foi convidado a juntar-se, mais tarde um terceiro. “O quarto homem quis participar, mas elas não quiseram e ele não forçou. Isto só reforça a nossa teoria de que o que aconteceu teve consentimento.”

O facto de, após o encontro, o grupo ter permanecido no quarto de hotel a dormir (onde horas mais tarde foi detido) prova a inocência dos portugueses. “Se estivessem conscientes de que tinham cometido estes crimes, o normal seria fugir“, alega a defesa.

Em entrevista ao Expresso, o advogado disse que os depoimentos referentes a “momentos pontuais” de “determinadas práticas sexuais” divergem. “A mulher disse que não houve consentimento e o homem disse que houve.”

Germán Inclán admite, no entanto, que “pode ter havido um determinado momento em que quiseram parar ou fazer outra coisa”, mas isso “não é violação”.

“Chamem-lhe outra coisa. É diferente estar numa relação sexual com alguém com falta de jeito – isto não tem qualquer relevância penal – ou com alguém que está a agredir”, argumentou.

Para a defesa, há várias provas da inocência, como um vídeo gravado antes de as mulheres abandonarem o hotel (as imagens mostram “comportamentos carinhosos”) e os resultados dos exames médicos a que as mulheres foram sujeitas horas após a alegada violação.

“Disseram que tinham sido esbofeteadas nas costas, nádegas e cara. Os médicos não encontraram lesões.”

Os quatro portugueses, entre os 20 e os 30 anos, são suspeitos de violarem duas jovens espanholas de 22 e 23 anos numa pensão em Gijón, no norte de Espanha. Dois elementos do grupo estão em prisão preventiva e aguardam o resultado do recurso apresentado para que se possam juntar aos dois homens a quem o juiz decretou liberdade condicional.

Liliana Malainho, ZAP //

10 Comments

  1. Violação e assédio sexual são crimes indesculpáveis, mas o facto é que os homens hoje são presa fácil para mulheres que recorrem a acusações falsas para obterem ou compensações monetárias ou mera satisfação pérfida. Era bom que nenhuma publicidade fosse dada a acusações dessas até os tribunais se terem pronunciado.

  2. Sem pretender fazer julgamento prévio do que na realidade se passou, começa-se a notar uma certa tendência da justiça logo condenar à partida o homem, muitas acusações surgem anos depois dos atos praticados, muitos deles pagos a bom dinheiro e é sempre o homem o culpado como se a mulher estivesse escrava dele durante todo esse tempo sem sequer se poder manifestar perante alguém. Por este caminhar vai-se gerando uma barreira entre sexos que poderá trazer consequências graves na relação entre ambos. Há que saber distinguir o verdadeiro violador e as verdadeiras interesseiras e não meter os outros no mesmo saco destes!

  3. Aconselho a verem o documentário “The Red Pill”.
    O homem “HOMEM” começa, por força de certas circunstâncias, a ser um espécime raro e desprotegido em todos os aspetos.
    “Apenas duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana, e não tenho certeza quanto à primeira”.

    • Se atentarmos ao significado da palavra (rapariga) em algumas regiões do Brasil, concordo. Mais vale não ter relações com «raparigas»!!

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