Reserva pode ser suficiente para nove vezes a procura estimada nos Estados Unidos para 2030 — e acabar para sempre com a importação do mineral no país.
Serão entre 5,1 a 19 milhões de toneladas de lítio encontradas na salmoura da Formação Smackover, no sul do estado do Arkansas, nos EUA.
Na pior das hipóteses, estes números representam 35% da quantidade de lítio existente atualmente no país. No melhor cenário, há no local 136% dos recursos de lítio dos EUA.
De acordo com a Science Alert, estes números podem acabar de vez com a importação do mineral no país.
Os veículos elétricos foram responsáveis, em 2023, por cerca de 85% da procura total de lítio (um aumento de 30% face ao ano anterior). Com o abandono dos combustíveis fósseis, esta procura tende a aumentar cada vez mais. De acordo com a IEA, “a exploração mineira e a refinação terão de continuar a crescer rapidamente para satisfazer a procura futura”.
A investigação, levada a cabo por uma equipa coordenada por Katherine J. Knierim, consistiu no treino de um modelo de aprendizagem automática que pode prever e identificar as concentrações de lítio em água salgada no local.
O estudo, publicado na Science Advances, explica que esse modelo opera de acordo com informação pré-existente, tendo em conta as variações geoquímicas e de temperatura esperados.
No sul do Arkansas, ao contrário das minas de superfície, em que para a extração de lítio é necessária a destruição de tudo o que está sobre o solo, é já utilizado um processo em que a salmoura é bombeada para fora do aquífero.
Ainda assim, alerta o estudo, esta extração não deixa de ter consequências para o ambiente. Resta, no entanto, descobrir quais. O biólogo e diretor da Grande Bacia do Centro de Diversidade Biológica, Patrick Donnelly, contou à Ozarks at Large que os EUA procuram uma produção de lítio que não prejudique as comunidades e o ambiente“.
A Exame aponta também para o facto de este tipo de extração ser mais cara e ainda pouco aperfeiçoada. Ainda assim, se este processo, a que se apelida de de extração direta, for otimizado com filtros e outras ferramentas, pode utilizar menos terra e ter um impacto ambiental mais reduzido do que as lagoas de evaporação.
Este processo pode demorar anos a ser aprimorado, mas o estudo, explica David Applegate, diretor do Serviço Geológico dos EUA, à Science Alert, “ilustra o valor da ciência na abordagem de questões economicamente importantes”.
Boa notícia para o Elon Musk.
Má notícia para Portugal e para os incendiários (mandantes).