A fabricante francesa garante que Carlos Ghosn renunciou, por iniciativa própria, a 23 de janeiro de 2019 e não reivindicou os seus direitos à reforma. Mas o ex-CEO nega ter-se demitido da Renault.
Carlos Ghosn, ex-presidente da Renault-Nissan, quer reivindicar o seu direito à reforma da construtora automóvel. Numa carta que enviou à direção da fabricante, que o BFM TV divulgou esta quarta-feira, Ghosn garante que não se demitiu explicitamente da sua antiga empresa.
Em causa está uma reforma de 770 mil euros por ano, mas a Renault garante que o ex-CEO renunciou, por iniciativa própria, a 23 de janeiro do ano passado, não tendo reivindicado os seus direitos à reforma.
Na semana passada, numa conferência de imprensa na capital libanesa, o antigo empresário mostrou ter um entendimento diferente. “Dizem que eu me demiti da Renault, o que é falso. A carta que enviei não foi, aliás, entregue ao conselho de administração, foi lida a membros do conselho de administração”, disse, citado pelo Expresso.
Na carta, Ghosn não fala explicitamente nem de demissão, nem de reforma. Aliás, a BFM TV refere que é tudo uma questão de interpretação. “Eu, abaixo assinado, tenho a honra de o informar da minha decisão de pôr termo aos meus cargos”, escreveu. No parágrafo seguinte, menciona o seu direito à pensão, o que só é possível se se reformar efetivamente.
Os advogados do antigo empresário alegam que o seu cliente se retirou dos seus cargos corporativos, mas nunca se demitiu. Por isso, considera que lhe é devida a indemnização legal de reforma.
Em outubro do ano passado, a Segurança Social validou a reforma de Ghosn com retroativos a partir de 1 de junho.