G. Oteo-García et al.

Afinal, a chegada e a partida dos mouros em Portugal e Espanha não foi tão linear como pensávamos.
Até agora, acreditávamos que com a chegada dos muçulmanos a Portugal viera também o sangue norte-africano. No entanto, uma nova equipa de investigadores desafia essa ideia.
Um novo estudo publicado na Genome Biol revelou, através da análise em laboratório de ADN antigo, que a ascendência norte-africana já existia na região entre os séculos IV e VIII, muito antes da conquista islâmica de 711.
Após a após a expulsão dos mouros no século XVII, no entanto, essa genética foi esmorecendo, quando cerca de 300.000 pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas, segundo recorda a LBV.
No entanto, segundo explicam os autores no estudo, “pela primeira vez, demonstramos também a persistência de ascendência norte-africana num cemitério cristão até ao século XVII, para além de evidências de tráfico de escravos do Norte de África“.
“Este estudo revela a complexa interação entre acontecimentos políticos e mudanças culturais que influenciaram a população do leste da Península Ibérica”, afirmam.
Este estudo, explicam os arqueólogos, “destaca a existência de um comércio de escravos, sublinha o baixo impacto da Reconquista na paisagem genética e mostra o impacto duradouro de acontecimentos pós-medievais, como a expulsão dos mouros em 1609 d.C., na paisagem genética e cultural da região, através da deslocação e substituição maciça da população”.
“Graças a ferramentas como a análise de ADN antigo, é agora possível medir e contextualizar estas mudanças com uma precisão sem precedentes, estabelecendo uma ponte entre as ciências biológicas, a história e a arqueologia”, concluem.
Genética muçulmana de onde? Do Turcomenistão, Usbequistão, Irão? Nessa época o norte-africana ainda era cristã, para os mais distraídos o Pedro passou primeiro por Norte de África e depois foi para Roma. E os muçulmanos tomaram Marrocos no fim do século 8.