Genes da rainha determinam o sexo de colónias inteiras de formigas

As colónias de formigas conseguem a proeza de se especializar na produção de descendentes de um sexo específico: só machos ou só fêmeas. Recentemente, uma equipa de cientistas localizou um conjunto de genes num único cromossoma associado a esse fenómeno.

Quando os humanos acasalam, ambos os pais contribuem com uma cópia do genoma para a sua descendência. No caso das formigas, as fêmeas são as únicas a transportar duas cópias de um cromossoma que determina o sexo, enquanto os machos transportam apenas uma.

Isto significa que, para criar machos, a fêmea pode simplesmente pôr ovos não fertilizados ou controlar o sexo com a sua genética.

“Os machos desenvolvem-se a partir de ovos não fertilizados que a sua mãe põe”, começou por explicar Alan Brelsford, biólogo evolucionista da Universidade da California, citado pelo EurekAlert. “Portanto, as formigas machos, assim como as abelhas e as vespas, têm geneticamente uma mãe, mas não um pai.”

As formigas Formica realizam sazonalmente voos vertiginosos onde os machos e as fêmeas se juntam em acoplamento aéreo. Os machos morrem logo após estas incursões, enquanto as fêmeas aterram, mastigam as suas próprias asas, escavam uma “toca” e depositam cerca de uma dúzia de ovos.

Enquanto os machos vivem apenas algumas horas após o seu voo de acasalamento, a rainha armazena o seu sémen para depois o utilizar ao longo da próxima década e, assim, produzir novos descendentes.

Apesar de os cientistas terem encontrado genes associados ao fenómeno, a genética pode não ser a única forma de as rainhas influenciarem o sexo das suas colónias. Se decidirem, por exemplo, não usar o esperma armazenado, o resultado seria uma colónia só de machos.

O próximo passo da equipa é tentar perceber quando é que os genes ou os fatores ambientais desempenham um papel maior na determinação do sexo dos animais.

O artigo cientifico foi publicado recentemente na Proceedings of the National Academy of Science.

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