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Criaturas do mar gelatinosas estão a causar o caos nas centrais nucleares da Coreia do Sul

Salpas marinhas – organismos marinhos gelatinosos que se assemelham a águas-vivas – podem ser pequenas, mas estão a tornar-se uma grande praga para a indústria nuclear da Coreia do Sul.

Com menos de 10 centímetros de altura, os organismos obstruíram os sistemas de água usados ​​para arrefecer os reatores Hanul nº 1 e 2 da Korea Hydro & Nuclear Power Co., forçando-os a fechar esta terça-feira, naquela que é a segunda vez em menos de três semanas.

Os reatores, cada um com capacidade de 950 megawatts, ficaram desligados durante cerca de uma semana no final de março.

De acordo com a Bloomberg, quanto mais tempo ficarem parados, mais caras sairão as paralisações. Se a quantidade de energia perdida na interrupção inicial de oito dias fosse compensada com a geração de gás natural liquefeito, seria necessária uma carga de 60 mil toneladas do combustível superarrefecido, custando cerca de 21,8 milhões de dólares.

A Coreia do Sul tem 24 central nucleares operáveis ​​com uma capacidade combinada de mais de 23 gigawatts.

As salpas marinhas pode ligar-se umas às outras, criando correntes com vários metros de comprimento. Os organismos normalmente aumentam em número em junho, mas isso parece ter acontecido em março deste ano devido a correntes quentes que surgiram antes do que é considerado norma, segundo Yu Ok Hwan, vice-diretor do Instituto Coreano de Ciência e Tecnologia do Oceano.

“Ainda não podemos dizer se o aumento da salpa é devido à mudança climática ou outros fatores”, disse Youn Seok-hyun, cientista do Instituto Nacional de Ciência Pesqueira. “Deve ser considerado um fenómeno temporário a menos que vejamos um aumento contínuo na próxima década.”

O número de salpas do mar tem aumentado gradualmente nos últimos anos, de acordo com Chae Jinho, chefe do Laboratório de Pesquisa e Informação do Meio Marinho. “Dada a tendência atual, é possível que vejamos mais destes paralisações de reatores nos próximos anos”.

A Coreia do Sul não é o único país forçado a interromper a geração nuclear temporariamente depois de a vida marinha ter obstruído os sistemas de arrefecimento de água. Em janeiro, a Electricite de France SA teve de desligar todos os quatro reatores da sua central nuclear Paluel, na costa norte de França, após peixes ficarem presos nos filtros da estação de bombeamento.

Maria Campos, ZAP //

 

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