Depois das agressões, surto de gastroenterite afecta curso da GNR

Miguel Pereira da Silva / Lusa

O 40.º curso de formação de guardas da GNR que decorre em Portalegre, volta a ser notícia, depois do caso das agressões de instrutores a formandos. Agora, o problema é um surto de gastroenterite que afecta 27 militares.

Numa nota enviada à Rádio Renascença, o Comando Nacional da GNR refere que “um total de 27 guardas provisórios que se encontram a frequentar o 40.º curso, em Portalegre, apresentaram sintomas coincidentes com o quadro de gastroenterite”.

Os guardas “estão a ser avaliados clinicamente, estando a situação a ser acompanhada por uma equipa médica da GNR, em coordenação com a autoridade de saúde pública local”, refere a mesma nota.

A TSF apurou que esta “é a segunda vez em três meses” que o centro de formação da GNR em Portalegre vive um surto de gastroenterite. Em Outubro passado, as aulas terão mesmo sido suspensas, depois de 200 formandos terem revelado sintomas da doença de origem viral.

O curso de formação de guardas está a ser investigado pelo Ministério Público e pela própria GNR, depois de vários formandos terem sido espancados por instrutores, durante o módulo de “Bastão Extensível”.

Dez formandos terão recebido tratamento hospitalar com algumas mazelas graves, e alguns terão necessitado de realizar intervenções cirúrgicas.

Director do Curso exonerado de funções

O comandante do centro de formação já foi exonerado do cargo, na sequência do caso, como anunciou o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

“Foi já aceite o pedido de exoneração do director do centro de formação de Portalegre da GNR, porque não é admissível a demora na notificação de factos relevantes”, referiu o ministro, criticando o tempo que demorou até ter conhecimento do sucedido.

Eduardo Cabrita referiu ainda que “a GNR facultará à investigação, quer do Ministério Público quer da IGAI (Inspecção Geral da Administração Interna), todas as imagens que são sempre realizadas nas acções de formação para que tudo possa ser adequadamente esclarecido”.

“Neste momento, devemos aguardar pelas conclusões sem nos precipitarmos”, acrescentou o governante, notando que “está a decorrer o inquérito” da IGAI e “a decorrer a averiguação interna pela GNR”. “O fundamental é apurarmos a totalidade da natureza dos factos”, sustentou.

Cabrita admitiu também ter ficado “desagradavelmente surpreendido” com o caso.

ZAP // Lusa

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