Narizes partidos, lesões oculares e desmaios. Assim, ficaram dez candidatos a agentes da GNR que terão sido espancados por instrutores durante o curso de formação em Portalegre. A GNR e a Inspecção Geral da Administração Interna estão a investigar.
O caso começou por ser divulgado pelo Jornal de Notícias (JN) que salienta que dez candidatos a guardas da GNR ficaram com mazelas como “fracturas, perda de sentidos e até lesões oculares” depois de terem sido, alegadamente, agredidos por instrutores, durante o curso de formação em Portalegre.
Estes candidatos terão necessitado de receber tratamento hospitalar e alguns terão sido mesmo sujeitos a intervenções cirúrgicas.
A GNR não confirma os detalhes, mas reconhece a “ocorrência” e revela que “foi determinado um processo de averiguações, que não está concluído”, como afirmou à agência Lusa o porta-voz do Comando Nacional da GNR, Hélder Barros.
O Ministério da Administração Interna (MAI) ordenou também à Inspecção Geral da Administração Interna a abertura de um inquérito sobre o alegado espancamento, para “apuramento dos factos e determinação de responsabilidade“.
Em comunicado, o MAI refere que o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, “pediu esclarecimentos ao Comando Geral da GNR sobre os factos”, salientando que a confirmarem-se, “não são toleráveis numa força de segurança num Estado de Direito democrático”.
Em declarações ao Público, o porta-voz da GNR frisa que o processo de averiguações foi aberto a 13 de Novembro, e que os formandos envolvidos já regressaram ao curso.
O JN avançou que os recrutas “têm medo de fazer queixa-crime contra” os alegados “instrutores agressores”, por temerem sofrer represálias, nomeadamente em termos da carreira profissional.
“Agressões deliberadas e constantes”
O presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG), César Nogueira, relata ao Público que “os relatos” que chegaram à entidade “apontam para entre oito e dez instruendos assistidos no hospital, um deles sujeito a uma pequena intervenção cirúrgica na vista”, e “retratam casos de agressões deliberadas e constantes“.
“Mesmo depois de os instruendos estarem no chão continuaram a ser agredidos”, frisa César Nogueira, notando que “enquanto as agressões decorriam, os formadores ainda se riam do que estava a acontecer”.
Tudo terá acontecido durante o módulo de formação no uso do bastão extensível, e os formandos “terão sido agredidos com pontapés na face e socos no nariz”, como relata o JN.
Em vídeos divulgados na Internet, é possível ver que neste tipo de treino da GNR, os formandos utilizam apenas um bastão, que será composto por PVC revestido a esponja ou borracha, enquanto o instrutor aparece equipado com um fato de protecção.
O presidente da APG lamenta também no Público que os instruendos, que terão “vinte e poucos anos”, não terão a “experiência” necessária para um treino que é reconhecidamente duro.
“Estes formadores são alferes saídos da Academia Militar, que nunca tinham dado aquela formação antes e garantidamente nunca utilizaram o bastão numa situação operacional”, destaca César Nogueira.
O dirigente da APG também frisa que os formandos estão numa situação de “especial vulnerabilidade” porque “se fizerem queixa de um oficial que está a avaliar podem estar a comprometer a sua entrada na GNR“.
ZAP // Lusa
O que vi na televisão não me chocou…
O que me choca é termos, por vezes guardas, que não aguentam o muro ou pior uma bofetada…
Os guardas que andam no terreno ter que ter uma aptidão física adequada à função. De que serve termos guardas no terreno se depois não conseguem imobilizar alguém que mostra resistência…
O que para mim deveras é importante é garantir a proteção da classe quando algo acontece. Não se pode disparar um tiro de proteção e depois ser-se preso por se cumprir com a função.
Importante é garantir que os guardas tem um salário condigno com a função. Salários mínimos só potenciam a corrupção.
Importante é não ter que pagar a farda de trabalho. A lei é clara e diz que tem que ser a entidade patronal a fornecer a mesma.
Deixem-se de “flores” e façam algo pela policia e pela população. Deixem os criminosos na prisão a aguardar julgamentos e sentenças em vez de os deixarem “soltos” continuando a sua atividade criminosa…
Ó Armindo…
Então que história é essa de guardas que não aguentam o muro?! Mas eles estavam em Berlim a segurar o muro?
E que história é essa de os guardas que andam no terreno ter que ter?! Que é essa merda, do ter que ter? É como o deve e o haver mas com o mesmo verbo e sempre a somar, estilo 44?
E o que para si deveras é importante ou é deveras importante? Em que ficamos? Haveria muito mais… Mas agora… mais a sério, estou totalmente de acordo com as suas ideias. Que raio de país é este onde os guardas vão presos por tentar impor a ordem; onde têm de pagar a farda? Carrega neles Armindo que isto precisa de ordem!
muito bom!
Quem és tu Armindo? Onde vives? De onde vens e para onde vais? Não dizes nada de jeito e fazes afirmações dignas de alguém que foi estrupado e sodomizado em criança. Marca com urgência uma consulta de psiquiatria, pois isso tende a abraçar-te com o passar do tempo.
Mais um berbicacho para o Ministro da Defesa.
Sempre que uma entidade ou organismo funciona com uma cúpula poderosa e sem prestar contas a ninguém, e uma massa de gente subordinada, desprotegida e com dificuldade em apresentar queixa, estes casos vão continuar a acontecer.
Centros de Acolhimento, Creches, Casas Pias, Lares de idosos, Seminários, Comandos, GNR, Pupilos…
Nestes casos as fiscalizações deveriam ser obrigatórias, frequentes e de surpresa.
Dizia um responsável há dias na TV, que era bom investigar rápido este caso na GNR, antes que comecem a aparecer que nem cogumelos, muitas dezenas de casos abafados ou “esquecidos”.
E que alternativa existe para simular situações reais, jogarem jogos violentos na Playstation?
Realmente se fosse só para passar multas não era necessário estes treinos drásticos. mas como é para proteger o Cidadão indefeso, isto ainda é básico, no meu tempo de militar, isto não passava de uma brincadeira.
Claro que os guardas têm de saber estar no chão a levar pontapés na cara sem possibilidade de sacar da arma, que noutro país já estaria sacada antes de irem ao chão. Sugiro uma prova de tiro em que o guarda têm de dar 2 voltas ao campo depois de alvejado na perna ou então a roleta russa para triagem dos mais corajosos.
A estupidez das cavalgaduras no seu melhor… rssss